Tuesday, January 13, 2015

Vencedores do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

Extraído do site litinerance

1. Vítimas da Tormenta (Sciuscià – Ragazzi, 1946) – Filme dirigido por Vittorio de Sica, considerado uma obra-prima do neorrealismo italiano. Em Roma, no difícil período pós-guerra, dois meninos engraxates trabalham para sobreviver e sustentar a família, e mesmo assim não deixam de sonhar. São também vítimas de confusões e de imensos sofrimentos, inclusive o pesadelo da reclusão em um “reformatório”, e acabam deixando sua infância para trás. Em 1948 o filme ganhou o Oscar Honorário de Melhor Filme Estrangeiro, e foi indicado na categoria Melhor Roteiro Original.
2. São Vicente de Paulo; O Capelão das Galeras (Monsieur Vincent, 1947) – Filme francês dirigido por Maurice Cloche. Protagonizado por Pierre Fresnay, em bom desempenho, contando ainda com Aimé Clariond e Jean Debucourt. A história de São Vicente de Paulo (1581-1660), um dos protagonistas da Reforma Católica na França do século XVII. O filme cobre o período entre 1617 e 1660. A França da opulência era também a França da peste, da fome e da miséria, e Paris era um exemplo disso. Em 1949 ganhou o Oscar Honorário de Melhor Filme Estrangeiro. “Antes de pensar em salvar a alma deles, deve-se dar aos miseráveis uma vida pela qual fiquem sabendo que estão vivos”.
3. Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette, 1948) – Filme italiano dirigido por Vittorio De Sica. O filme se passa na Itália durante o período pós-guerra, sendo um dos exemplos do neorrealismo italiano. Foi um dos primeiros longas-metragens a vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (1950), que na época ainda não era uma categoria própria. O elenco é protagonizado por Lamberto Maggiorani, e conta ainda com o menino Enzo Staiola. Um dos filmes mais premiados até então, com seu elenco formado por atores não profissionais.
4. Três Dias de Amor (Au-delà des grilles / Le mura di Malapaga, 1949) – Filme franco-italiano dirigido por René Clément. A trilha sonora foi assinada por Roman Vlad e direção de fotografia por Louis Page. Estrelado por Jean Gabin e Isa Miranda. Um homem francês, foragido da polícia, aporta em Gênova, Itália, onde conhece uma mulher e sua filha adolescente. Em 1951 ganhou o Oscar Honorário de Melhor Filme Estrangeiro. “Como eu poderia julgá-lo? Eu não posso. Ti voglio bene!”.
5. Rashomon (Rashômon, 1950) – Filme japonês escrito e dirigido por Akira Kurosawa, baseando-se em dois contos de Ryunosuke Akutagawa. Estrelando Toshirō Mifune, Machiko Kyō e Masayuki Mori. Considerado uma das obras primas de Kurosawa, conquistando notoriedade para o diretor. Tem uma estrutura narrativa não-convencional que sugere a impossibilidade de obter a verdade sobre um evento quando há conflitos de pontos de vista. Na Psicologia, o filme emprestou seu nome ao chamado "Efeito Rashomon". Ganhou o Oscar Honorário em 1952 e em 1953 foi indicado na categoria Melhor Direção de Arte. “É por serem fracos que os homens mentem, até mesmo para si próprios.”
6. Jogos Proibidos (Jeux Interdits, 1952) – Filme francês, do gênero drama de guerra, dirigido por René Clément. Estrelando Georges Poujouly, Brigitte Fossey e Amédée. A história tem início em junho de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, com os bombardeios alemães às caravanas que deixavam Paris. Numa guerra, as primeiras vítimas são a verdade e as crianças. O filme tornou amplamente conhecido o tema dedilhado por Narciso Yepes. Em 1953 ganhou o prêmio Oscar honorário de Melhor Filme Estrangeiro, e em 1955 foi indicado ao Oscar como Melhor Roteiro. “Elevou a uma singular pureza lírica a inocência da infância acima da desolação da guerra”.
7. O Portal do Inferno (Jigokumon 1953) – Filme japonês dirigido por Teinosuke Kinugasa. Uma história bem construída, nos gêneros drama e história. Estrelando Machiko Kyô, Kazuo Hasegawa e Isao Yamagata. Alguns bons movimentos e enquadramentos de câmera. Após a Guerra de Heiji, em 1159, um samurai, que distinguiu-se e mereceu uma recompensa pela forma como atuou, pede ao imperador que lhe conceda a esposa de um outro samurai. Em 1956 ganhou o Oscar Honorário de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino. “Como eu pude acreditar que poderia conquistar seu coração à força?”.
8. Samurai (I) (Miyamoto Musashi I, 1954) – Filme japonês dirigido por Hiroshi Inagaki, e o primeiro da conhecida trilogia Samurai. Adaptação do romance Musashi, de Eiji Yoshikawa, vagamente baseado na vida do famoso Miyamoto Musashi (c. 1584-1645). Estrelando Toshirō Mifune, Rentarô Mikuni, Kuroemon Onoe, Kaoru Yachigusa e Mariko Okada. No início do século XVII, após uma batalha pela supremacia do Japão feudal, dá-se a trajetória de amadurecimento de um samurai, inclusive a grande decisão envolvendo a mulher que amou. Em 1956 ganhou o Oscar Honorário de Melhor Filme Estrangeiro. “A vida é uma autêntica batalha. E não há como voltar atrás”.
9. A Estrada da Vida (La strada, 1954) – Filme italiano dirigido por Federico Fellini, é considerado uma das grandes obras primas deste diretor. Em cena, muito boa parceria de Anthony Quinn e Giulietta Masina, contando ainda o elenco com Richard Basehart. A importância de se encontrar um sentido para viver, de reconhecer o seu lugar e valor, e de identificar em tempo as pessoas realmente decisivas em sua vida. Trilha sonora de Nino Rota. Em 1957 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado como Melhor Roteiro Original. “Ele parece um cachorro. E ao que parece, um cachorro que está tentando falar, mas só pode latir”.
10. Noites de Cabíria (Le Notti di Cabiria, 1957) – Filme italiano dirigido por Federico Fellini. O filme possui trilha sonora composta pelo competente Nino Rota. Protagonizado por Giulietta Masina, contando ainda o elenco com François Périer e Franca Marzi. O drama é sofrido, mas recebe um toque bem humorado e alguns momentos comoventes, marcado por uma latinidade emocionalmente espaçosa, cheia de sons e de gestos. O filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1958. Foi adaptado para um musical da Broadway e depois para um filme norte-americano, ambos com o título de Sweet Charity.
11. Meu Tio (Mon Oncle, 1958) – Filme ítalo-francês, do gênero comédia, dirigido pelo cineasta Jacques Tati. Estrelando Jacques Tati, Jean-Pierre Zola, Adrienne Servantie e Lucien Frégis. Parece desenho animado. Um mundo adulto de regras e aparências, fútil, superficial, artificial e inautêntico, é contrastado com o mundo infantil. Caricatura da família burguesa, urbana, com sua parafernália tecnológica. Uma sátira à mecanização e modernidade tecnológica. Em 1959 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Ele não parece ser bom para esta fábrica”.
12. Orfeu Negro (Orphée Noir / Orfeo Negro, 1959) – Filme ítalo-franco-brasileiro dirigido por Marcel Camus. Roteiro adaptado por Camus e Jacques Viot a partir da peça Orfeu da Conceição de Vinícius de Moraes. Estrelando Breno Mello, Marpessa Dawn e Lourdes de Oliveira. A história se passa no período de carnaval, e baseia-se nos personagens mitológicos Orfeu e Eurídice. Trilha sonora de Tom Jobim e Luís Bonfá, com destaque para “Manhã de Carnaval”, “Felicidade” e “O Nosso Amor”. Boas imagens do Rio de Janeiro. Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960. “Nós somos todos pobres. E a única palavra a ser dita depois é uma palavra de pobre: Obrigado”.
13. A Fonte da Donzela (Jungfrukällan, 1959) – Filme sueco, do gênero drama, dirigido por Ingmar Bergman. Estrelando Max von Sydow, Birgitta Valberg, Gunnel Lindblom e Birgitta Pettersson. No norte da Europa, mais propriamente na Suécia do século XIV, a população andava entre o cristianismo e o paganismo. Na edição do Oscar de 1961 venceu como Melhor Filme Estrangeiro e recebeu uma indicação como Melhor Figurino (preto e branco). O filme também foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1960.
14. Através de um Espelho (Såsom i en spegel, 1961) – Filme sueco, do gênero drama, escrito e dirigido por Ingmar Bergman. Apenas quatro personagens, de uma mesma família, que vivem em uma ilha. O quarteto de pessoas cultas busca o sentido da existência humana, e uma delas, a única mulher no drama, sofre com um transtorno psíquico. Em 1962 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e em 1983 foi indicado como Melhor Roteiro Original. No score musical, a Cello Suite No. 2 in D Minor (BWV1008) de J. S. Bach. “Só posso dar a você uma ideia da minha própria esperança. É saber que o amor existe de verdade no mundo humano”.
15. Sempre aos Domingos (Les dimanches de Ville d’Avray, 1962) – Filme francês, do gênero drama, baseado em livro homônimo de Bernard Eschassériaux e dirigido por Serge Bourguignon. Estrelando Hardy Krüger, Nicole Courcel, Patricia Gozzi e Daniel Ivernel. Em 1963 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e em 1964 foi indicado ainda nas categorias Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora (Maurice Jarre); na trilha sonora, destaque para o Adaggio, for Organ and Orchestra, de Tomaso Albinoni. “É a sinceridade que lhes incomoda?”
16. 8½ (8½, 1963) – Filme italiano dirigido por Federico Fellini. A trilha musical é assinada por Nino Rota, que recorreu também ao repertório clássico. Estrelando Marcello Mastroianni, Anouk Aimée e Claudia Cardinale. Fellini cogitou a possibilidade de escalar Laurence Olivier como o protagonista, mas acabou optando por Mastroianni. Metalinguístico, trata-se de um filme autobiográfico, com muitas cenas retiradas da vida do diretor. Em 1964 venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino (preto e branco); foi indicado ainda em três outras categorias, entre as quais Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. O cinema é a vida e o diretor do filme é você. Tem um roteiro? Sabe o que dizer?
17. Ontem, Hoje e Amanhã (Ieri, oggi, domani, 1963) – Comédia dirigida por Vittorio De Sica, o filme é considerado um clássico da cinematografia italiana. Os protagonistas são Sophia Loren, numa fase esplendorosa, e Marcello Mastroianni. O casal vive uma série de encontros e desencontros em três histórias, focando cada uma delas em uma mulher. Humano, divertido e comovente. Bom score musical por Armando Travajoli — na primeira história, Sofia Loren cantarola Core ‘ngrato. Em 1965 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
18. A Pequena Loja da Rua Principal (Obchod na korze, 1965) – Filme tcheco dirigido por Ján Kadár e Elmar Klos, estrelando Jozef Króner, Ida Kaminska e Hana Slivková. Em 1966 venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e em 1967 Ida Kaminska foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação. Considerado um dos melhores filmes, se não o melhor, da Primavera de Praga. Numa pequenina cidade da Tchecoslováquia invadida pelos nazistas, às vésperas de 1942, está se procedendo uma “arianização”. “Não entendo. Mas estou certo de uma coisa: quando as leis vão contra pessoas inocentes, é o fim. O fim daqueles que as passaram”.
19. Um Homem, Uma Mulher (Un homme et une femme, 1966) – Filme francês, do gênero romance, dirigido por Claude Lelouch. Estrelando Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant. A trilha sonora é assinada por Francis Lai, e dela consta o tema bastante conhecido e o Samba da Bênção de Baden Powell e Vinícius de Morais. O filme tem momentos de boa fotografia. Em 1967 foi indicado ao Oscar em quatro categorias, tendo vencido como Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original. As outras duas indicações foram Melhor Diretor e Melhor Atriz (Anouk Aimée). “Ele morreu, mas para mim ainda não”.
20. Trens Estreitamente Vigiados (Ostre sledované vlaky, 1966) – Divertido e criativo filme tcheco dirigido por Jirí Menzel. Estrelando Václav Neckár, Josef Somr e Vlastimil Brodský. Comédia sobre a iniciação sexual de um jovem expedidor ferroviário envolvido com o movimento de resistência tcheco, durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Joga com as palavras e ideias, de uma forma inteligente e irônica. Em 1968 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Por quê? Porque é assim que o Führer quer!”
21. Guerra e Paz (Voyná i mir, 1967) – Épico filme soviético, adaptação da homônima obra clássica do russo Leon Tolstói. Dirigido por Sergei Bondarchuk, estrelando Ludmila Savelyeva, Vyacheslav Tikhonov e Sergey Bondarchuk. Com oito horas de duração, é conhecido como o filme mais caro da história do cinema. A história se passa no início do século dezenove, na época das guerras napoleônicas. Grandiosas cenas de batalha e do incêndio de Moscou. Fotografia espetacular e imagens surpreendentes. Em 1969 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado como Melhor Direção de Arte. “Não faz mal. O bicho rói a couve, mas morre primeiro.”
22. Z (Z, 1969) – Filme franco-argelino dirigido por Costa-Gavras e baseado no romance homônimo de Vassilis Vassilikos. Estrelando Yves Montand, Irene Papas e Jean-Louis Trintignant. Suspense político que retrata episódios ocorridos em 1963 na Grécia. “Qualquer semelhança com fatos ou pessoas vivas ou mortas não é casual mas intencional”. Em 1970 foi indicado ao Oscar em cinco categorias, vencendo como Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Edição; as demais indicações foram Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adapatado. “Vivemos em uma sociedade em que a imaginação é suspeita. E precisamos dela para resolver os nossos problemas”.
23. Investigação sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto, 1970) – Filme italiano dirigido por Elio Petri, estrelando Gian Maria Volonté, Florinda Bolkan e Gianni Santuccio. Como se configura a relação entre autoridade e “insuspeitabilidade”? Trilha sonora de Ennio Morricone. Em 1971 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e no ano seguinte foi indicado na categoria de Melhor Roteiro Original. “O Estado fornece todos os meios necessários para conhecer uma pessoa”. “Eu confesso a minha inocência”.
24. O Jardim dos Finzi-Contini (Il giardino dei Finzi-Contini, 1970) – Filme teuto-italiano, do gênero drama histórico, dirigido por Vittorio De Sica. O roteiro é baseado em romance homônimo de Giorgio Bassani. Estrelando Dominique Sanda, Lino Capolicchio e Helmut Berger. O jardim dos Finzi-Contini, uma rica família de judeus italianos, é o último símbolo de resistência contra as leis antijudaicas do regime fascista até que todos membros de sua família sejam presos. Alguns bons momentos de trilha sonora e também de fotografia. Em 1972 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado como Melhor Roteiro Adaptado.
25. O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie, 1972) – Filme em consórcio francês, italiano e espanhol, dirigido pelo controverso Luis Buñuel, cineasta espanhol, nacionalizado mexicano. Estrelando Fernando Rey, Delphine Seyrig, Stéphane Audran, Jean-Pierre Cassel e Michel Piccoli. Retrata um grupo de amigos da classe média/alta francesa, em três tentativas de um jantar. Na edição do Oscar de 1973 o filme venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, tendo sido indicado também na categoria de Melhor Roteiro Original.
26. A Noite Americana (La nuit américaine, 1973) – Filme ítalo-francês dirigido por François Truffaut. Estrelando Jacqueline Bisset, Jean-Pierre Léaud, François Truffaut, Valentina Cortese e Jean-Pierre Aumont. Apresenta um cineasta, durante a produção de um filme, seus imprevistos, atores com ego inflado, problemas de bastidores, e as soluções improvisadas para concluir o projeto a tempo. Trilha sonora assinada por Georges Delerue. Em 1974 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e em 1975 foi indicado ainda nas categorias Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante (Valentina Cortese).“Esperamos que o público goste de assistir como gostamos de fazer”.
27. Amarcord (Amarcord, 1973) – Produção franco-italiana, do gênero comédia, com direção de Federico Fellini. O título Amarcord é uma referência à tradução fonética da expressão io me ricordo (eu me lembro), usada na região onde o diretor nasceu. Genial e divertido, com algumas cenas hilárias mesmo, retratando com intensidade o cotidiano, inclusive alguma caricatura irônica do início do regime facista. Estrelando Pupella Maggio, Armando Brancia, Magali Noël e Bruno Zanin. Tilha sonora de Nino Rota. Em 1975 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e no ano seguinte foi indicado nas categorias Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. “Um dia está normal, outro não, como todo mundo”.
28. Dersu Uzala (Dersu Uzala, 1975) – Filme soviético-japonês dirigido por Akira Kurosawa, que também contribuiu com o roteiro baseado no livro de Vladimir Arsenyev. Os protagonistas são Maxim Munzuk e Yuri Solomin, e o idioma original é o russo. Conta a história da amizade entre um explorador do exército russo na Sibéria e um caçador Goldi. As diferenças culturais são tratadas de maneira poética e sensível. O diretor de fotografia aproveitou ao máximo as paisagens naturais da Sibéria e as registrou em belas imagens. Na edição do Oscar de 1976 o filme venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
29. Preto e Branco em Cores (Noirs et blancs en couleur, 1976) – Filme francês dirigido por Jean-Jacques Annaud, estrelando Jean Carmet, Catherine Rouvel e Jacques Spiesser. O roteiro da comédia é situado em 1915, na África Equatoria Francesa, onde os rumos da Primeira Grande Guerra têm seu impacto nas relações entre franceses e alemães locais, e os africanos são “convidados” a se envolver. Os jogos de interesse se manifesfam. Uma leitura bem humorada do colonianismo na África. Filmado inteiramente na Costa do Marfim. Em 1977 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Um francês nunca se rende se pode existir alternativa”.
30. Madame Rosa (La vie devant soi, 1977) – Filme francês com direção de Moshé Mizrahi. Roteiro adaptado do premiado romance The Life Before Us (1975), de autoria de Romain Gary sob o pseudônimo de Émile Ajar. Estrelando Simone Signoret, Michal Bat-Adam e Samy Ben-Youb. Uma mulher idosa e com saúde fragilizada, judia sobrevivente de Auschwitz, ex-prostituta, ganha a vida cuidando dos filhos de jovens mulheres profissionais do sexo. O foco da história recai sobre um dos meninos. Muito bom desempenho de Simone Signoret, e boa trilha sonora com a música de Philippe Sarde. Em 1978 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Ame quem quiser, terá que deixá-lo”.
31. Preparem Seus Lenços (Préparez vos mouchoirs, 1978) – Comédia francesa escrita e dirigida por Bertrand Blier, estrelando Gérard Depardieu (à época próximo dos trinta anos), Carole Laure, Patrick Dewaere, Michel Serrault e Riton Liebman. Na trilha sonora conduzida por Georges Delerue algumas conhecidas composições de Mozart, tais como o Segundo Movimento do Concerto para Clarinete. Em 1979 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Quando uma mulher quer um menino, pode apostar que conseguirá um.”
32. O Tambor (Die Blechtrommel, 1979) – Filme dirigido por Volker Schlöndorff, em consórcio alemão, francês, polonês e iugoslavo. Baseado no livro homônimo de Günter Grass, de 1959. Estrelando David Bennent, Mario Adorf, Angela Winkler, Daniel Olbrychski e Charles Aznavour. Na província da Pomerânia, noroeste da Polônia, na cidade de Gdańsk (Dantzig durante o domínio alemão), um menino da etnia cassubiana para de crescer entre os três e os vinte anos. Durante este período ele carrega um tambor, do qual não se separa. Em tons satíricos, a história se inicia em 1899 e percorre os acontecimentos até o fim da Segunda Grande Guerra. Trilha sonora de Maurice Jarre. Em 1980 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
33. Moscou Não Acredita em Lágrimas (Moskva slezam ne verit, 1980) – Bom filme soviético, do gênero drama, dirigido por Vladimir Menshov. Estrelando Vera Alentova, Irina Muravyova, Aleksey Batalov e Raisa Ryazanova. A história é ambientada em Moscou, tem início em 1958, e acompanha a trajetória de uma mulher ao longo dos anos, e também duas de suas amigas. Na trilha sonora, Sergei Nikitin utiliza a canção Bésame Mucho. “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros”. Em 1981 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Prefiro fazer aquilo que gosto e não aquilo que seja moda, prestigioso ou oportuno”.
34. Mephisto (Mephisto, 1981) – Adaptação do romance homônimo de Klaus Mann, dirigida por István Szabó e estrelada por Klaus Maria Brandauer. Co-produção entre empresas da Hungria, Alemanha Ocidental e Áustria. A trajetória de um ator alemão que, tendo iniciado carreira em Hamburgo, segue para Berlim, onde se torna o ator mais importante da Alemanha. Talentoso, porém ambicioso, camaleônico e oportunista, torna-se o diretor do teatro prussiano à época da emergência do regime nazista. Adapta o Fausto, em seu pacto com o demônio Mefistófeles. Em 1982 ganhou o Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro pela Hungria. “Este deve ser o segredo do ator. Demonstrar força quando se é fraco”.
35. Começar de Novo (Volver a Empezar, 1982) – Filme espanhol dirigido por José Luis Garci, estrelando Antonio Ferrandis, Encarna Paso e José Bódalo. Em 1981, um ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, professor na Universidade de Berkeley, na Califórnia, jogador de futebol quando jovem, regressa à sua pátria, à cidade de Gijón, no Principado das Astúrias, norte de Espanha. Membro da “geração interrompida” dos anos trinta, ele experimenta reencontros com suas raízes, sobretudo com a mulher de sua vida. Faz da saudade um tema espanhol, e lida com o drama universal da iminência de morte. Os temas são Begin the Beguine, de Cole Porter, música que dá nome ao filme, inclusive com magníficas execuções ao piano por Jesus Gluck, e o Canon in D de Johann Pachelbel. Em 1983 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Gracias por estos dos días que han recuperado toda una vida”.
36. Fanny e Alexander (Fanny och Alexander, 1982) – Drama dirigido por Ingmar Bergman, que também é o autor do roteiro. Estrelando Kristina Adolphson, Börje Ahlstedt, Pernilla Allwin e Kristian Almgren. No início do século vinte, um casal de crianças experimenta um momento muito difícil após o falecimento de seu pai. Na edição do Oscar de 1984 o filme venceu nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. Foi também indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.
37. Fora de Controle (La diagonale du fou, 1984) – Filme franco-suíço escrito e dirigido por Richard Dembo, estrelando Michel Piccoli, Alexandre Arbatt, Liv Ullmann e Leslie Caron. Em Genebra, em 1983, no 23º Campeonato Mundial de Xadrez, o campeão mundial, um judeu-russo de cinquenta e dois anos, invicto há doze, enfrenta seu antigo discípulo, um lituano de trinta e cinco anos, dissidente do regime soviético, exilado no ocidente há seis anos. No roteiro escrito em 1978, em plena Guerra Fria, os dois grandes mestres são meros peões de um jogo político maior. Destaque para a atuação de Michel Piccoli. Trilha Sonora de Gabriel Yared. O título original, “A Diagonal do Bispo”, refere-se à fraqueza da cor daquela peça no xadrez. Em 1985 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Seu orgulho faz você jogar muito rápido”.
38. A História Oficial (La historia oficial, 1985) – Filme argentino, do gênero drama, dirigido e escrito por Luis Puenzo. Estrelando Norma Aleandro, Héctor Alterio, Chunchuna Villafañe, Hugo Arana e Guillermo Battaglia. Em Buenos Aires, uma professora de História, inserida num contidiano burguês de classe média, descobre que a criança que adotou pode ser filha de vítimas políticas da ditadura militar. No movimento das Mães da Praça de Maio ela encontra aquela que seria a avó biológica de sua filha. Em 1986 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado como Melhor Roteiro Original. “É sempre mais fácil crer que não é possível. Porque se fosse possível, precisaria de muita cumplicidade.”
39. O Assalto (De Aanslag, 1986) – Filme holandês dirigido por Fons Rademakers, estrelando Derek de Lint, Monique van de Ven e Marc van Uchelen. O roteiro é uma adaptação do romance homônimo do escritor holandês Harry Mulisch, publicado em 1982. Em 1945, em Haarlem, Holanda, a Guerra está chegando ao fim, mas há uma guerra ativa no inverno da fome. Um menino de doze anos tem a sua vida definitivamente marcada em uma única noite. O golpe duríssimo acompanha a sua história até 1983. Em alguns momentos o filme recorre a imagens históricas, verídicas, que o aproxima de um documentário. Em 1987 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “O que está latente em nós, um dia tem que emergir. Nossa doença.”
40. A Festa de Babette (Babettes gæstebud, 1987)
41. Pelle, o Conquistador (Pelle erobreren, 1987)
42. Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, 1988) – Excelente filme italiano, escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore. Estrelando Philippe Noiret, Enzo Cannavale e Antonella Attili. O menino Salvatore Cascio foi escolhido entre as crianças da região em que as filmagens aconteceram. Pretendido originalmente como um obituário para as salas tradicionais de cinema e a indústria cinematográfica em geral, o filme acabou por se tornar uma bandeira de esperança e uma declaração de amor ao Cinema. Premiadíssimo. Na edição do Oscar de 1990 o filme venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Excelente trilha sonora do Ennio Morricone.
43. A Viagem da Esperança (Reise der Hoffnung, 1990) – Filme suíço, em consórcio também turco e britânico, com direção de Xavier Koller. Estrelando Necmettin Çobanoglu, Nur Sürer e Emin Sivas. O enredo retrata a viagem de um homem pobre da Turquia para a Suíça. Deixando para trás seis de seus filhos, ele parte com a esposa grávida e um dos filhos menores. A viagem inclui uma travessia pelos alpes durante uma nevasca. Aborda a questão do fluxo de imigrantes ilegais na Europa. Vários idiomas são trazidos para o filme. Boa fotografia. Em 1991 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Os jovens se adaptam mais facilmente. Só eles podem mudar as coisas, não nós”.
44. Mediterrâneo (Mediterraneo, 1991) – Filme italiano dirigido por Gabriele Salvatores. Estrelando Diego Abatantuono, Claudio Bigagli, Giuseppe Cederna e Claudio Bisio. Durante a Segunda Guerra Mundial, um simpático e singular pelotão de oito marinheiros do Il Dulce chega a uma pequena ilha no Mar Egeu. Isolado do mundo, o grupo encontrou uma maneira de se ocupar durante a guerra. As filmagens aconteceram na pequena ilha grega de Kastelorizo. Em 1992 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “A vida não foi boa na Itália. Não nos deixaram mudar nada”.
45. Indochina (Indochine, 1992) – Bom filme francês, do gênero drama, dirigido por Régis Wargnier. Estrelando Catherine Deneuve, Vincent Perez, Linh Dan Pham, Jean Yanne e Dominique Blanc. A história tem início nos anos de 1930, na Indochina Francesa, e evolui até o processo de emancipação das antigas colônias. O filme tem momentos de exuberante fotografia, e a boa trilha sonora é assinada por Patrick Doyle. Em 1993 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Catherine Deneuve foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz.
46. Sedução (Belle Époque, 1992) – Filme espanhol dirigido por Fernando Trueba. Trata-se de uma divertida comédia romântica, com toda latinidade, ambientada no início da década de 1930, na Espanha, no período em que a monarquia carlista agonizava e a república despontava. Estrelando Jorge Sanz, Fernando Fernán Gómez, Miriam Díaz Aroca, Ariadna Gil, Maribel Verdú e Penélope Cruz. A trilha sonora tem alguns momentos interessantes, inclusive com repertório de Ópera. Em 1994 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Partir é morrer um pouco, dizia o poeta. Pois eu acho o contrário. Aquele que morre é quem fica”.
47. O Sol Enganador (Utomlennye solntsem, 1994) – Filme russo, em co-produção francesa, dirigido por Nikita Mikhalkov. Estrelando Oleg Menshikov, Nikita Mikhalkov e Ingeborga Dapkunaite. O filme consegue relacionar a repressão do stalinismo com uma suave crônica de uma família no interior da Rússia. Uma mescla de realidade e ficção, com um pano de fundo que se desenrola em pleno verão de 1936. O nome do filme enfatiza o aspecto enganador sob o qual vivia aquela sociedade, em que o “homem comum” se encontrava perdido e desorientado. Em 1995 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
48. A Excêntrica Família de Antonia (Antonia, 1995) – Filme holandês escrito e dirigido pela cineasta holandesa Marleen Gorris. Estrelando Willeke van Ammelrooy, Jan Decleir e Veerle van Overloop. Boa trilha sonora assinada por Ilona Secacz. Cinco gerações de mulheres, tendo como centro a pessoa de Antonia. Com narração da mais nova delas, boa parte do filme transcorre com expressões e imagens muito belas. Em 1996 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “O tempo não se preocupou com a vida ou morte, declínio ou ascensão, amor, ódio ou ciúmes. Ignorou tudo que nos é importante, e faz com que nos esqueçamos dele.”
49. Kolya (Kolja, 1996) – Bom filme tcheco dirigido por Jan Svěrák. Estrelando Zdenek Sverák, Andrei Chalimon e Libuse Safránková. Em 1988, em Praga, durante a ocupação soviética e a subsequente resistência tcheca, um músico de funerais, que faz manutenção em lápides, solteirão convicto, precisando de dinheiro, aceita casar-se com uma mulher russa, mais nova que ele, e que já tem um filho de cinco anos. Acaba tendo que assumir sozinho o menino, e tem sua vida transformada. Em diversos momentos a câmera capta com sensibilidade o olhar do menino. Boa trilha sonora e alguns momentos de boa fotografia de Praga. Em 1997 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
50. Caráter (Karakter, 1997) – Filme holandês, em consórcio que também conta com empresas belgas, dirigido por Mike Van Diem. O roteiro é baseado no romance best-seller de Ferdinand Bordewijk. Estrelando Jan Decleir, Fedja van Huêt, Betty Schuurman, Tamar van den Dop e Victor Löw. A história é ambientada na Holanda, na década de 1920, e recorre a flashbacks. Amor não correspondido e ambição cega estão entre os temas, assim como a dificuldade de alguns caracteres em expressar emoções e as repercussões deste fato. Em 1998 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Quem não aceita um presente também não pode dar”.
51. A Vida É Bela (La vita è bella, 1997) – Filme italiano, do gênero comédia dramática, dirigido e protagonizado por Roberto Benigni. Contracenou com Benigni a sua esposa, Nicoletta Braschi. Premiadíssimo. Na edição do Oscar de 1999 o filme venceu nas categorias de Melhor Ator (Roberto Benigni), Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Trilha Sonora (Nicola Piovani). Foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Roteiro Original. Concorreu com o brasileiro Central do Brasil ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. No filme pode-se ouvir a bela música Barcarolle, da ópera Les contes d’Hoffmann de Jaques Offenbach.
52. Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre Mi Madre, 1999) – Filme espanhol, do gênero drama, dirigido por Pedro Almodóvar. Estrelando Penélope Cruz, Cecilia Roth, Marisa Paredes e Antonia San Juan. O filme lida com temas complexos como AIDS, travestivismo, identidade sexual, religião, fé e existencialismo. No filme aparecem algumas cenas do filme A Malvada, com Bette Davis. A peça Um Bonde Chamado Desejo também é enfocada. A boa trilha sonora traz alguns acústicos de qualidade. Em 2000 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Tem gente que pensa que os filhos são coisa de um dia”.
53. O Tigre e o Dragão (Wo hu cang long, 2000) – Filme taiuanês, em consórcio que envolve também China, Hong Kong e Estados Unidos. Dirigido por Ang Lee, com roteiro baseado em livro de Du Lu Wang. Filme de artes marciais, com fotografia que permite uma viagem muito agradável. Em 2001 foi indicado ao Oscar em 10 (dez) categorias, vencendo em quatro delas: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora Original (Tan Dun). Entre as demais indicações, as de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original com A Love Before Time.“Quando se trata de sentimentos, até grandes heróis podem ser idiotas”.
54. Terra de Ninguém (No Man’s Land, 2001) – Escrito e dirigido por Danis Tanović, o filme conta no elenco com Branko Djuric, Rene Bitorajac, Georges Siatidis e Katrin Cartlidge. Durante a Guerra da Bósnia, no front do conflito entre sérvios e bósnios, numa trincheira entre as duas linhas de frente (“terra de ninguém”), dois soldados representam as visões e argumentos de ambos os lados. Entremeando o conflito, a Força de Proteção da ONU e a imprensa. Ao final, a verdade das mentiras e sacrifícios. Recebeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2002, representando a Bósnia e Herzegovina. “Ninguém é neutro diante da morte”.
55. Lugar Nenhum na África (Nirgendwo in Afrika, 2001) – Bonito filme alemão dirigido e produzido por Caroline Link, baseado em romance de Stefanie Zweig. Estrelando Juliane Köhler e Merab Ninidze, contando ainda com Sidede Onyulo e Matthias Habich. Descreve dez anos de trajetória de um casal de judeus alemães e sua filha, entre 1937 e 1947. Por ocasião da emergência do nazismo, a família se estabelece no Quênia britânico, onde, ao estourar a guerra, os alemães tornam-se inimigos. Em 2003 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Tolerância não quer dizer que todos sejam iguais… O que eu aprendi aqui foi como são valiosas as diferenças.”
56. As Invasões Bárbaras (Les invasions barbares, 2003) – Drama do Canadá e da França dirigido por Denys Arcand. Estrelando Rémy Girard, Stéphane Rousseau, Dorothée Berryman e Louise Portal. À beira da morte, e com dificuldades em aceitar o seu passado, um intelectual procura paz nos seus últimos momentos de vida. Ele recebe a ajuda de seu filho, de sua ex-mulher e de velhos amigos. Na edição do Oscar de 2004 o filme foi indicado como Melhor Roteiro Original e venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Colheu muitos outros prêmios importantes.
57. Mar Adentro (Mar adentro, 2004) – Filme espanhol dirigido por Alejandro Amenábar, cineasta chileno radicado na Espanha. Um drama forte e bem construído. Protagonizado por Javier Bardem, estrelando ainda Belén Rueda, Lola Dueñas e Mabel Rivera. O filme aborda com intensidade os dilemas éticos no suicídio e na eutanásia ativa. Atuação marcante de Javier Barden. A trilha sonora tem momentos muito bons, desde o repertório clássico ao da música espanhola contemporânea. Em 2005 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado como Melhor Maquiagem. “Só há uma coisa pior do que morrer um filho nosso: É que ele queira morrer”.
58. Infância Roubada (Tsotsi, 2005) – Filme da África do Sul e Inglaterra, dirigido por Gavin Hood. Baseado em romance do escritor sul africano, Athol Fugard. Estrelando Presley Chweneyagae, Mothusi Magano e Israel Makoe. Tsotsi quer dizer bandido, delinquente juvenil. Um rapaz de dezenove anos, que mora em um gueto de Joanesburgo, envolvido na criminalidade, entra em contato com um bebê após um assalto, e leva a criança consigo, ainda que não tenha a menor condição de criá-la. Em 2006 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
59. A Vida dos Outros (Das Leben der Anderen, 2006)
60. Os Falsários (Die Fälscher, 2007) – Drama de guerra, de consórcio austríaco e alemão, dirigido por Stefan Ruzowitzky, baseado em história descrita no livro de memórias The Devil’s Workshop: A Memoir of the Nazi Counterfeiting Operation, de Adolf Burger. Estrelando Karl Markovics, August Diehl e Devid Striesow. Um criminoso judeu russo, o maior falsário de Berlim, presidiário em campos de concentração durante a Segunda Grande Guerra, lidera para os nazistas uma operação de falsificação de dinheiro e documentos. A história se passa entre 1936 e o carnaval de 1945. Em 2008 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
61. A Partida (Okuribito, 2008) – Filme japonês dirigido por Yojiro Takita. Estrelando Masahiro Motoki, Ryôko Hirosue e Tsutomu Yamazaki. Bastante humano, tocante, e com alguns momentos bem humorados e divertidos. Bom foco no sentido fundamental de vida e morte, e sobre o peso das expectativas e das memórias. Momentos de boa fotografia e boa trilha sonora, com excelentes peças ao piano e violoncelo. Ao início do filme, execução, com orquestra e coral, do conhecido movimento da Nona Sinfonia de Beethoven. Em 2009 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “É triste subir a corrente para então morrer”.
62. O Segredo dos Seus Olhos (El secreto de sus ojos, 2009) – Excelente drama hispano-argentino, dirigido por Juan José Campanella e baseado no livro La pregunta de sus ojos, de Eduardo Sacheri. Estrelando Ricardo Darín e Soledad Villamil, contando o elenco ainda com Guillermo Francella, Pablo Rago e Javier Godino. Um funcionário público da justiça penal argentina acaba de se aposentar e resolve escrever um livro sobre um crime que investigou. Ele retoma sua vida com fatos ocorridos vinte e cinco anos antes. O filme colheu bons prêmios. Venceu como Melhor Filme Estrangeiro na edição do Oscar de 2010.
63. Em um Mundo Melhor (Hævnen, 2010) – Filme dinamarquês, contando também com empresas suecas, dirigido por Susanne Bier. Estrelando Mikael Persbrandt, Ulrich Thomsen, Trine Dyrholm, Markus Rygaard e William Jøhnk Nielsen. A história se passa numa pequena cidade da Dinamarca e num campo de refugiados na África. A produção evoca algumas tensões e questões éticas bem contemporâneas. Momentos de boa fotografia. Em 2011 o filme ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Há um véu entre você e a morte… Mas depois o véu reaparece, e você continua vivendo. Então as coisas ficarão bem de novo”.
64. A Separação (Jodái-e Náder az Simin, 2011) – Filme iraniano escrito e dirigido por Asghar Farhadi e estrelado por Peyman Moaadi, Leila Hatami, Sareh Bayat, Shahab Hosseini e Sarina Farhadi. Um drama realista, denso, que evoca percepções, sentimentos e atitudes humanas frequentes em situações adversas. Valores, convicções, interesses, deveres e direitos, verdade e mentira, manifestos na complexa rede dos relacionamentos em meio às pressões e embates do dia a dia. O filme foi bem premiado no Festival de Berlim. Em 2012 ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, tendo sido indicado também como Melhor Roteiro Original.
65. Amour (Amour, 2012) – Filme de língua francesa escrito e dirigido por Michael Haneke. Dois grandes nomes em interpretações fabulosas: Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva; estrelando ainda Isabelle Huppert. O roteiro retrata dois octogenários parisienses, cultos, professores de música aposentados. A filha, também musicista, vive no estrangeiro com a família, e passa pouco tempo junto dos pais. A senhora sofre dois derrames sucessivos, e o seu quadro de saúde agrava-se crescentemente. O apartamento do casal é o espaço onde se passa a maior parte da ação. O filme é um retrato de uma vida a dois. Final bastante surpreendente. Valeu a Haneke mais uma Palma de Ouro em Cannes. Nesta última edição do Oscar (2013) ganhou como Melhor Filme Estrangeiro pela Áustria; recebeu ainda quatro outras indicações: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz (Emmanuelle Riva) e Melhor Edição.

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