Friday, February 29, 2008

A CERIMÔNIA

Neusa Barbosa, do site Cineweb

Foi uma cerimônia curta, eficiente, politizada e nem por isso deixou de observar a gentileza. Antes das 2h da manhã (horário brasileiro), todos os prêmios já estavam devidamente entregues, inclusive os de melhor filme e direção ao grande vencedor da noite, Onde os Fracos não Têm Vez (ao lado, poster japonês do filme), dos irmãos Joel e Ethan Coen – cujo filme venceu também os Oscar de melhor ator coadjuvante para Javier Bardem e roteiro adaptado, totalizando quatro estatuetas.

O outro campeão de indicações, o forte drama Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson – que, como o filme dos Coen, acumulava oito indicações -, acabou tendo de contentar-se com apenas dois prêmios, o de melhor ator para Daniel Day-Lewis (o segundo da carreira dele) e melhor fotografia (Roger Elswit). Se não chegou a ser uma injustiça (haverá quem pense o contrário), com certeza foi pouco para um dos trabalhos de maior fôlego do ano, que marca a maturidade de Anderson.

Com apenas 37 anos, o diretor de Sangue Negro tem tempo para esperar pelo seu Oscar. Este é o segundo dos joviais cinqüentões Coen – embora o primeiro, por Fargo, em 1996, tenha sido atribuído oficialmente apenas a Joel, por problemas burocráticos agora superados. Onde os Fracos não Têm Vez é certamente um dos melhores filmes de sua carreira. Embora sendo um roteiro adaptado (do livro do escritor Cormac McCarthy, que estava na platéia e vibrou muito com a vitória), sua força na tela tem a cara dos irmãos que já entregaram ao mundo filmes do quilate de Gosto de Sangue e Ajuste Final. Vivem uma bela maturidade, sem nenhuma pose ou afetação.

Comentários políticos
Se em economia e política externa, nem tudo vai bem para os EUA, como foi lembrado em diversos comentários do apresentador Jon Stewart sobre as próximas eleições e o Iraque, com certeza, em cinema a saúde vai bem. A safra 2007 foi boa nas telas norte-americanas e alguns dos melhores filmes foram lembrados aqui. Com certeza, houve omissões, talvez a mais clamorosa delas a de Senhores do Crime, de David Cronenberg, em categorias principais (direção, por exemplo), mas isso faz parte do jogo.

Não fazia parte da expectativa, porém, que todos os atores premiados do ano fossem estrangeiros, muito menos que dois deles nem falassem inglês em seus países de origem. Este foi o caso do espanhol Javier Bardem, premiado como melhor coadjuvante no filme dos Coen, e da francesa Marion Cotillard, merecidamente a melhor atriz da noite pela sua encarnação visceral da cantora Edith Piaf em Piaf – Um Hino ao Amor (que também levou o prêmio de maquiagem). Os outros dois estrangeiros foram ingleses – Tilda Swinton, melhor coadjuvante feminina por Conduta de Risco e Daniel Day-Lewis, pelo seu desempenho insano em Sangue Negro.

Embora o nome do presidente George W. Bush não fosse pronunciado uma única vez em toda noite – o que certamente aconteceria se o prêmio de melhor documentário fosse dado a Michael Moore (que concorria com Sicko – SOS Saúde), o que não ocorreu -, nem por isso a política deixou de estar no centro de várias piadas do apresentador Jon Stewart.

Ele ironizou os oitenta anos do Oscar, completados este ano, dizendo que com essa idade, era o candidato ideal para os republicanos nas próximas eleições. Em outra ocasião, perguntou à platéia, lotada de atores, produtores e diretores, “em qual candidato democrata” iriam votar. E ironizou também um dos candidatos democratas, Hillary Clinton, dizendo que ela havia achado “muito inspirador” o filme Longe Dela - nele, a protagonista (Julie Christie, que concorria ao troféu de melhor atriz), tem mal de Alzheimer e começa a esquecer quem é seu marido...

A nota mais política da noite, porém, foi quando um grupo de soldados americanos, homens e mulheres, anunciou num link via satélite, diretamente do Iraque, os concorrentes ao Oscar de melhor documentário. Entre os longas, duas produções abordavam criticamente a presente guerra. Um deles levou o prêmio: Taxi to the Dark Side, que recupera a história de um taxista afegão, preso, torturado e morto pelos norte-americanos. O diretor, Alex Gibney, ao pegar sua estatueta, dedicou-a a duas pessoas que não podiam estar ali - ao próprio protagonista de seu filme e ao seu pai, que já morreu. E encerrou assim sua fala: “Vamos mudar este país”, sendo muito aplaudido.

Barbadas e bobagens
Fora os prêmios dos atores principais, Marion e Day-Lewis, tidos sempre como muito certos, outra barbada da noite foi a premiação de Ratatouille como melhor animação. A novata Diablo Cody levou, como se esperava, o único prêmio para a novidade gracinha do ano, Juno, como melhor roteiro original.

Sweeney Todd... venceu um muito merecido troféu de direção de arte, arrebatado pelo veterano italiano Dante Ferretti, que foi colaborador de ninguém menos do que Federico Fellini. Desejo e Reparação, que tinha sete indicações, ficou apenas com o de melhor trilha sonora (Dario Marianelli).

Nenhuma estranheza para os três prêmios técnicos dados a Ultimato Bourne, melhores efeitos sonoros, mixagem de som e montagem. Mas soaram esquisitas as premiações de melhor figurino para Elizabeth – A Era de Ouro e efeitos visuais para A Bússola de Ouro. Estas duas soaram piores do que prêmios de consolação...

Mais um filme abordando temas ligados ao nazismo venceu o Oscar de filme estrangeiro, onde o Brasil não concorreu: foi a produção austríaca The Counterfeiters (Os Falsários), de Stefan Ruzowitsky.

Um momento de gentileza ocorreu quando o apresentador Stewart chamou de volta ao palco a tcheca Markéta Irglóva, uma das vencedoras do Oscar de melhor canção (“Falling Slowly”, do filme Once). O microfone dela tinha sido cortado bem na hora em que ela ia agradecer, depois do parceiro Glen Hansard ter falado, e ela ganhou nova chance minutos depois. Foi inédito e civilizado, não repetindo uma indelicadeza atroz cometida, anos atrás, com o ator Martin Landau.

Sunday, February 24, 2008

AND THE OSCAR GOES TO... (VI)


Melhor Roteiro Original (entregue por Harrison Ford)
Tamara Jenkins (A Família Savage)
Brad Bird e Jim Capobianco (Ratatouille)
Diablo Cody (Juno)
Tony Gilroy (Conduta de Risco)
Nancy Oliver (Lars and the Real Girl)

Melhor Ator (prêmio entregue por Helen Mirren)
George Clooney (Conduta de Risco)
Johnny Depp (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet)
Tommy Lee Jones (No Vale das Sombras)
Viggo Mortensen (Senhores do Crime)
Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)

Melhor Diretor (prêmio entregue por Martin Scorsese)
Ethan e Joel Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta)
Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
Jason Reitman (Juno)
Tony Gilroy (Conduta de Risco)

Melhor Filme (prêmio entregue por Denzel Washington)
Desejo e Reparação
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
Juno
Conduta de Risco

TAPETE VERMELHO (II)

Javier Bardem e os diretores Joel e Ethan Coen comemoram a vitória de Onde os Fracos Não Têm Vez.
Daniel Day-Lewis, vencedor do Oscar de Melhor Ator por Sangue Negro.
Marion Cotillard, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por Piaf- Um Hino ao Amor.
Javier Bardem, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por Onde os Fracos Não Têm Vez.
Tilda Swinton, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Conduta de Risco.
Diablo Cody, vencedora do Oscar pelo roteiro original de Juno.

AND THE OSCAR GOES TO... (V)

Melhor Filme Estrangeiro (entregue por Penelope Cruz)
Mongol (Cazaquistão)
12 (Rússia)
Beaufort (Israel)
The Counterfeiters (Áustria)
Katyn (Polônia)

Melhor Canção (entregue por John Travolta)
Falling Slowly (Once), de Glen Hansard e Marketa Irglova
Happy Working Song (Encantada), de Alan Menken e Stephen Schwartz
Raise It Up (O Som do Coração)
So Close (Encantada). de Alan Menken e Stephen Schwartz
That's How You Know (Encantada), de Alan Menken e Stephen Schwartz



Melhor Fotografia (prêmio entregue por Cameron Diaz)
O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Redford
O Escafandro e a Borboleta
Desejo e Reparação
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro

Melhor Trilha Sonora (prêmio entregue por Amy Adams)
Desejo e Reparação
O Caçador de Pipas
Conduta de Risco
Ratatouille
Os Indomáveis

Melhor Curta-Metragem documentário (prêmio entregue por Tom Hanks)
Freeheld
La Corona (The Crown)
Salim Baba
Sari's Mother

Melhor Documentário (prêmio entregue por Tom Hanks)
No End in Sight
Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience
Sicko - SOS Saúde
Taxi to the Dark Side
War/ Dance

AND THE OSCAR GOES TO... (IV)

Melhor Som (entregue por Jonah Hill e Seth Rogen)
O Ultimato Bourne
Ratatouille
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
Transformers

Melhor Efeitos Sonoros (entregue por Jonah Hill e Seth Rogen)
O Ultimato Bourne
Ratatouille
Onde os Fracos Não Têm Vez
Os Indomáveis
Transformers

Melhor Atriz (prêmio entregue por Forest Whitaker)
Laura Linney (A Família Savage)
Cate Blanchett (Elizabeth - A Era de Ouro)
Ellen Page (Juno)
Marion Cotillard (Piaf - Um Hino ao Amor)
Julie Christie (Longe Dela)




Melhor Montagem (entregue por Renné Zellweger)
O Ultimato Bourne
O Escafandro e a Borboleta
Na Natureza Selvagem
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro

AND THE OSCAR GOES TO... (III)

Melhor Curta-Metragem (prêmio entregue por Owen Wilson)
At Night
Il Supplente (The Substitute)
Le Mozart des Pickpockets (The Mozart of Pickpockets)
Tanghi Argentini
The Tonto Woman

Melhor Curta-Metragem de animação (prêmio anunciado pela abelhinha de Bee Movie, com a voz de Jerry Seinfeld)
I Met the Walrus
Madame Tutli-Putli
My Love (Moya Lyubov)
Peter & the Wolf
Même Les Pigeons Vont au Paradis (Even Pigeons Go to Heaven)

Melhor Atriz Coadjuvante (prêmio entregue por Alan Arkin)
Ruby Dee (O Gângster)
Saoirse Ronan (Desejo e Reparação)
Cate Blanchett (Não Estou Lá)
Amy Ryan (Medo da Verdade)
Tilda Swinton (Conduta de Risco)

Melhor Roteiro Adaptado (prêmio entregue por Josh Brolin e James McAvoy)
Christopher Hampton (Desejo e Reparação)
Sarah Polley (Longe Dela)
Ronald Harwood (O Escafandro e a Borboleta)
Joel Coen e Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)

AND THE OSCAR GOES TO... (II)

Melhores Efeitos Visuais (prêmio apresentado por Dwayne Johnson)
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
A Bússola de Ouro
Transformers


Melhor Direção de Arte (prêmio apresentado por Cate Blanchett)
O Gângster
Desejo e Reparação
A Bússola de Ouro
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Sangue Negro

Melhor Ator Coadjuvante (prêmio entregue por Jennifer Hudson)
Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Casey Affleck (O Assassinato De Jesse James Pelo Covarde Robert Ford )
Philip Seymour Hoffman (Jogos do Poder)
Tom Wilkinson (Conduta de Risco)
Hal Holbrook (Na Natureza Selvagem)

TAPETE VERMELHO

Ruby Dee, finalista do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Gângster.
Julie Christie, indicada ao Oscar de Melhor Atriz por Longe Dela.
Cate Blanchett, que concorre ao Oscar de Melhor Atriz por Elizabeth- A Era de Ouro e ao de Melhor Atriz Coadjuvante por Não Estou Lá.
Johnny Depp, finalista da categoria Melhor Ator por Sweeney Todd, e sua esposa, Vanessa Paradis.
Laura Linney é uma das finalistas da categoria Melhor Atriz pelo filme A Família Savage.
Amy Ryan é uma das indicadas ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, por Medo da Verdade.
Jason Reitman, que concorre ao Oscar de Melhor Direção por Juno, e seu pai, o também diretor Ivan Reitman.
Ellen Page, indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo papel-título de Juno.
Saoirse Ronan, indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Desejo e Reparação.
Sarah Larson e seu namorado George Clooney no Tapete Vermelho do Teatro Kodak. Clooney concorre ao Oscar de Melhor Ator, por sua atuação em Conduta de Risco.
O ator Tom Wilkinson é um dos indicados na categoria Melhor Ator Coadjuvante, pelo filme Conduta de Risco.
Julian Schnabel, indicado ao Oscar de Melhor Direção, por O Escafandro e a Borboleta.
Tommy Lee Jones, indicado ao Oscar de Melhor Ator por No Vale das Sombras e que também está no elenco de Onde os Fracos Não Têm Vez.

AND THE OSCAR GOES TO...

Melhor Figurino (prêmio entregue por Jennifer Garner)
Across The Universe
Desejo e Reparação
Elizabeth: A Era de Ouro
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Piaf - Um Hino ao Amor


Melhor Animação (prêmio entregue por Steve Carell e Anne Hathaway)
Persépolis
Ratatouille (Brad Bird)
Tá Dando Onda

Melhor Maquiagem (prêmio entregue por Katherine Heigl)
Piaf - Um Hino ao Amor
Norbit
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo

KODAK THEATRE

O Teatro Kodak abriu em 9 de Novembro de 2001, como parte de um complexo de entretenimento chamado "Hollywood & Highland", construído pela empresa Trizec Hahn num local mais conhecido pelos restaurantes de "fast food" e lojas para turistas do que pelo "glamour" do mundo cinematográfico.
A Eastman Kodak concordou em pagar 75 milhões de dólares (90 milhões de euros) durante 20 anos para ter direito a dar o seu nome ao teatro, que já abrigou concertos de Prince, Barry Manilow e Celine Dion.
O Oscar é realizado no Kodak Theatre desde 2002.

Saturday, February 23, 2008

NOTAS DOS CRÍTICOS

(clique na planilha para ampliá-la)

Se dependesse das notas dadas por críticos de cinema de diversos jornais, revistas e sites, o filme Onde os Fracos Não Têm Vez, de Ethan e Joel Coen levaria o Oscar 2008 de Melhor Filme.
Com Média 9,19, o filme superaria os concorrentes Sangue Negro (8,84), Juno (7,82), Desejo e Reparação (7,13) e Conduta de Risco (7,02).

JUNO

(EUA, 2007)
Direção: Jason Reitman
Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Allison Janney, J.K. Simmons, Olivia Thirlby, Eileen Pedde, Rainn Wilson, Daniel Clark (2), Darla Vandenbossche, Aman Johal, Valerie Tian, Emily Perkins (1), Kaaren de Zilva
Sinopse: O filme conta a história de Juno MacGuff, uma adolescente do estado americano de Minnesota que mora com o pai "Mac", a madrasta Brenda e a irmãzinha Liberty Bell e, aos 16 anos, descobre que está grávida após uma transa no sofá com Paulie Bleeker, um amigo do colégio que gosta de correr e de Tic Tac de laranja.
Como a jovem não tem condições de cuidar da criança, ela pede ajuda para a amiga Leah, que inicialmente sugere uma clínica de aborto, mas Juno resolve enfrentar a gravidez e depois doar o bebê para alguém que possa criá-lo.
Por meio de um anúncio nos classificados de uma revista, Juno e Leah encontram Vanessa e Mark Loring, um jovem casal que parece perfeito para dar o lar e os cuidados que o bebê de Juno precisa.

Tuesday, February 19, 2008

OPINIÃO DO CRÍTICO: JUNO


RODRIGO CARREIRO, do site Cine Reporter:

"Todo cinéfilo sabe que os grandes estúdios de Hollywood têm dificuldades históricas para fazer bons filmes adolescentes. Não é preciso ser grande conhecedor de cinema para entender o motivo. A maior parte dos artistas que trabalham na indústria do entretenimento, incluindo diretores e roteiristas, está muito acima da casa dos 30 anos. Pertencem, portanto, a gerações diferentes daquela que devem retratar. Para fazê-lo, por mais que tenham boa vontade, acabam recorrendo a estereótipos. O resultado é uma enxurrada de filmes bobos e cheios de clichês. “Juno” (EUA/Canadá, 2007) é uma rara e feliz exceção. O filme constrói um painel rico e excentricamente moderno de um tema difícil – a gravidez adolescente – e traça retrato acurado de uma geração que, até bem pouco tempo, ainda não havia sido bem representada em filmes de massa.

Mérito, em grande parte, do diretor Jason Reitman (“Obrigado por Fumar”), e não apenas porque ele tinha 29 anos quando iniciou as filmagens – jovem o suficiente para entender as pessoas que iria retratar. O mérito de Reitman foi reconhecer talento no trabalho de uma roteirista amadora. Ou melhor, uma ex-stripper, blogueira e festeira de carteirinha que um dia se meteu a escrever um roteiro. Foi uma ousadia dele. Diablo Cody tinha só 25 anos quando escreveu a saga em tom menor de uma garota de 16 anos que engravida acidentalmente, após a primeira relação sexual, e decide levar em frente a gestação (“bebês de dois meses têm unhas!”). Cody faz o tipo “21th Century Girl”, simultaneamente fofinha e durona – tatuagens de Betty Boop, franjas excêntricas, minissaias coloridas e botas de cano alto, pele mantida orgulhosamente alva por uma vida noturna agitada, e fã de Wes Anderson. Ela se mudou para a Califórnia para morar com o namorado que conheceu em bate-papos na Internet, e conheceu Jason Reitman por lá.

O que tudo isso quer dizer? Que Diablo Cody não é uma profissional de Hollywood. Para um profissional do ramo, escrever sobre adolescentes ou sobre uma tribo de canibais africanos seria a mesma coisa. Mas quando Cody sentou para escrever o roteiro de um filme jovem, não estava trabalhando em material puramente ficcional, por obrigação. Estava transportando material que havia vivido e observado para criar ficção sobre uma base real. “Juno” é o primeiro roteiro assinado por ela. Não é surpresa que o texto alimente um desprezo relativo – e saudável – pelas regras clássicas de uma narrativa cinematográfica. O objetivo de Cody não era criar um “filme para adolescentes”, mas uma história em que sua própria geração se reconhecesse. Já que não havia ninguém fazendo isso em Hollywood, ora, ela mesma poderia fazer, certo?

Vem daí a multifacetada e meticulosa composição de personagens. A protagonista, menina de personalidade forte e senso de humor peculiar, esperto e meio mórbido, faz o gênero “futura riot girl”: paredes do quarto forrada de fotos de homens mais velhos, fã de punk rock, acha que 1977 foi o melhor ano da história do rock’n’roll. Parte de Juno continua criança, como provam as bonecas nas prateleiras do quarto e o telefone em forma de hambúrguer, mas ela entende que é hora de crescer. Por isso, toma a decisão de perder a virgindade. Quem melhor para fazer isso do que o melhor amigo, um garoto tímido, magricela e fã de Tic Tac de laranja? Num teen movie comum, Bleeker (Michael Cera) seria saco de pancadas dos valentões da escola, mas não neste filme. A abordagem do diretor Jason Reitman é carinhosa e delicada. “Juno” foi feito por freaks para freaks.

Filmado por apenas US$ 7,5 milhões, o longa se encaixa perfeitamente no estilo de filmes fofinhos, que provoca chiliques no público alternativo do Festival de Sundance. Seria, por equivalência, o correspondente a “Pequena Miss Sunshine” na safra 2007. A diferença entre os dois títulos, porém, é abissal. Ao contrário do outro, “Juno” tem personalidade própria. Não recorre a fórmulas narrativas e não tenta dar lição de moral – aliás, quem diria que um filme distribuído pela conservadora Fox trataria uma gravidez adolescente de forma tão surpreendente, e ainda por cima exibindo um final tão esquisito e incomum? Além disso, o filme capta com perfeição o senso de hedonismo da juventude contemporânea, aquela idéia não-verbal de que o universo deve girar torno de você, e que não vale a pena desviar a atenção dos prazeres da vida com nada. Você entende o espírito.

Com todas as virtudes computadas, também não é um filme perfeito. Longe disso. Um dos maiores problemas está na direção de arte excessiva, poluída e com influência acentuada dos filmes do diretor Wes Anderson (a lista dos dez DVDs preferidos da roteirista Diablo Cody inclui “Os Excêntricos Tenenbaums”). Basta reparar na vestimenta que Bleeker utiliza para fazer educação física na escola – qual o colégio que usaria um fardamento exótico e colorido como aquele? Além disso, se o filme acerta na composição dos personagens adolescentes, por outro lado erra feio no que diz respeito aos adultos – exceção feita ao personagem Mark (Jason Bateman), que é na verdade um adolescente preso no corpo de um cara de 30 anos. Um exemplo? Quando ficam sabendo sobre a gravidez, os pais de Juno tomam uma atitude não apenas irresponsável, mas surreal, especialmente para uma família cuja madastra chora durante uma ultrassonografia.

A trilha sonora folk, com quantidade generosa de música acústica, ajuda a aproximar “Juno” de obras como “Ensina-me a Viver” (1971), de Hal Ashby, cuja atmosfera agridoce é idêntica. De fato, o número de canções soa excessivo, mas a música funciona, pois tem uma qualidade de rascunho melódico que casa bem com a idéia de um filme sobre uma personalidade em construção. Como se tudo isso não bastasse, o elenco está ótimo. A jovem Ellen Page tem a fragilidade e o tom decidido da personagem-título, demonstrando mais uma vez (“MeninaMá.com”) que está no caminho certo para se tornar uma das grandes atrizes de sua geração. Jason Bateman mostra química impecável com a protagonista, e Jennifer Garner não compromete. Michael Cera meio que repete o mesmo personagem de “Superbad” (2007), mas a participação é pequena e por isso o que poderia ser um problema se torna um dado positivo, já que após o grande sucesso do filme de Greg Mottola, fica fácil para o público vê-lo na pele do jovem confuso e apaixonado que não sabe como verbalizar os sentimentos.

O sucesso de “Juno” nas bilheterias norte-americanas – arrecadação superior a US$ 80 milhões, mesmo após um lançamento discreto que ocupava apenas salas periféricas e alternativas – assinala um momento especial para o gênero teen, dentro dos grandes estúdios. Afinal de contas, a safra de 2007 trouxe títulos anormais, como o ótimo e já citado “Superbad”, que lançam um olhar de igual para igual aos adolescentes. “Juno” se encaixa perfeitamente dentro desta nova tendência, e o sucesso alcançado na temporada de prêmios, até mesmo com indicação ao Oscar de melhor filme, faz do filme de Jason Reitman uma espécie de ponta-de-lança deste movimento. No fim das contas, os defeitos de “Juno” importam menos do que a vontade palpável de observar a adolescência como ela é, e não como os adultos imaginam que ela seja."

Monday, February 18, 2008

OSCAR 2008 - MELHOR CANÇÃO ORIGINAl

Encantada tem três canções indicadas ao Oscar

Os vencedores do Oscar de MELHOR CANÇÃO ORIGINAL dos últimos anos foram: Melissa Etheridge - I Need To Wake Up (Uma Verdade Inconveniente, 2007); Jordan Houston, Cedric Coleman e Paul Beauregard - It’s Hard Out Here for a Pimp (Ritmo de Um Sonho, 2006); Jorge Drexler – Al Otro Lado Del Rio (Diários de Motocicleta , 2005); Fran Walsh, Howard Shore e Annie Lennox – Into the West (O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, 2004); Eminem – Lose Yourself (8 Mile- Rua das Ilusões, 2003); Randy Newman – If I Didn’t Have You (Monstros S. A., 2002); Bob Dylan - Things Have Changed (Garotos Incríveis, 2001); Phil Collins - You'll Be In My Heart (Tarzan, 2000) e Stephen Schwartz- When You Believe (O Príncipe do Egito, 1999).

Os indicados em 2008 são:

Falling Slowly (Once)
Happy Working Song (Encantada)
Raise It Up (O Som do Coração)
So Close (Encantada)
That's How You Know (Encantada)

Falling Slowly (Glen Hansard)

I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now

Falling slowly, eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me and erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along


Raise It Up, Jamia Simone Nash

No father figure in the house
and i'm wonderin' how i'm gonna work it out

oh my friends keep on tellin' me how i don't need that man but they don't really understand

there's far too many presures in reality but dealing with the pain and stress and poverty
and i gotta be myself because there's nobody else for me (ohhhh)

(heading there with me) sometimes it takes a different kind of love to raise a child
(so don't give up) so don't give up
(when presures come down) sometimes it takes a different kind of dream to make you smile
(so raise it up) so raise
(hang in there with me) sometimes we need another helping hand to show the ways
(so don't give up) so don't give up
(when presures come down) sometimes it seems inpossible and that's why we pray
(so raise it up) we raise

[HOPE] seems to be nothing left for me mommas gone daddy didnt wanna be and now im all by myself wonderin where is love or
should i just give up

life falls down on me, cuts into my soul but i know i got the strength to make it throgh it all cause im still standin tall
breaking throgh this wall im gonna give my all

[HOPE] feelin like a motherless child hankered into my soul its bringing me down cant find my smile on a face of a
motherless child
im gonna break down these walls gonna give it my all ya know
yeah yeah yeah yeahhhh
(hang in there with me) sometimes it takes a different kind of love to raise a child
(so dont give up) so dont give up
(when pressures come down) sometimes it takes a different kind of dream to make a smile
(so raise it up) so raise it up
(hang in there with me) raise it up
sometimes it takes another helping hand to show you the way
(so dont give up, when presures come down)
[HOPE] sometimes it seems impossible thats why we pray
SO RAISE IT UP


Happy Working Song

All right everyone, time to tidy things up

Come my little friends
As we all sing a happy little working song
Merry little voices clear and strong
Come and roll your sleeves up
So that we can pitch in
Cleaning crud up in the kitchen
As we sing along

And you’ll trill a cheery tune in the tub
As we scrub a stubborn mildew stain
Lug a hairball from the shower drain
To the gay refrain
Of a happy working song

We’ll keep singing without fail
Otherwise we’d spoil it
Hosing down the garbage pail
And scrubbing up the toilet
Ooh!

How we all enjoy letting loose with a little
La-da-da-dum-dum
While we’re emptying the vacu-um
It’s such fun to hum
A happy working song
Oo-ooh
A happy working song

Oh, how strange a place to be
Till Edward comes for me
My heart is sighing
Still, as long as I am here
I guess a new experience
Could be worth trying
Hey! Keep drying!

You could do a lot when you got
Such a happy little tune to hum
While you’re sponging up the soapy scum
We adore each filthy chore
That we determine
So friends even though you’re vermin
We’re a happy working song

Singing as we fetch the detergent box
Or the smelly shirts and the stinky socks
Sing along
If you cannot sing then hum along
As we’re finishing our happy working song!

Ah...wasn’t this fun?



So Close

You’re in my arms
And all the world is calm
The music playing on for only two
So close together
And when I’m with you
So close to feeling alive

A life goes by
Romantic dreams will stop
So I bid mine goodbye and never knew
So close was waiting, waiting here with you
And now forever I know
All that I wanted to hold you
So close

So close to reaching that famous happy end
Almost believing this was not pretend
And now you’re beside me and look how far we’ve come
So far we are so close

How could I face the faceless days
If I should lose you now?
We’re so close
To reaching that famous happy end
And almost believing this was not pretend
Let’s go on dreaming for we know we are
So close
So close
And still so far


That's How You Know

Giselle:
How does she know you love her?
How does she know she's yours?

Man:
How does she know that you love her?

Giselle:
How do you show her you love her?

Both:
How does she know that you really, really, truely love her?
How does she know that you love her?
How do you show her you love her?
How does she know that you really, really, truely love her?

Giselle:
It's not enough to take the one you love for granted
You must remind her, or she'll be inclined to say...
"How do I know he loves me?"
(How does she know that you love her?
How do you show her you love her?)
"How do I know he's mine?"
(How does she know that you really, really, truely love her?)

Well does he leave a little note to tell you you are on his mind?
Send you yellow flowers when the sky is grey? Heyy!
He'll find a new way to show you, a little bit everyday
That's how you know, that's how you know!
He's your love...

Man:
You've got to show her you need her
Don't treat her like a mind reader
Each day do something to need her
To believe you love her

Giselle:
Everybody wants to live happily ever after
Everybody wants to know their true love is true...
How do you know he loves you?
(How does she know that you love her?
How do you show her you need her?)
How do you know he's yours?
(How does she know that you really, really, truely-)

Well does he take you out dancin' just so he can hold you close?
Dedicate a song with words in
Just for you? Ohhh!

All:
He'll find his own way to tell you
With the little things he'll do
That's how you know
That's how you know!

Giselle:
He's your love
He's your love...

That's how you know
(la la la la la la la la)
He loves you
(la la la la la la la la)
That's how you know
(la la la la la la la la)
It's true
(la la la la la)

Because he'll wear your favorite color
Just so he can match your eyes
Rent a private picnic
By the fires glow-oohh!

All:
His heart will be yours forever
Something everyday will show
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know
(That's how you know)
That's how you know!

Giselle:
He's your love...

Man:
That's how she knows that you love her
That's how you show her you love her

Giselle:
That's how you know...
That's how you know...
He's your love...

Sunday, February 17, 2008

ART DIRECTORS GUILD

Sangue Negro

Na 12ª edição da premiação da Art Directors Guild (ADG), o sindicato dos diretores de arte de Hollywood, foram concedidos prêmios de Excelência em Direção de Arte em três categorias de cinema.

Filme de Época ("Period Film")

Vencedor:
Sangue Negro (There Will Be Blood) - Jack Fisk

Outros finalistas:
O Gângster (American Gangster) - Arthur Max (I)
Desejo e Reparação (Atonement) - Sarah Greenwood (I)
Elizabeth: A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age) - Guy Dyas
Sweeney Todd (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street) - Dante Ferretti

Filme Contemporâneo (Contemporary Film)

Vencedor:
Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men) - Jess Gonchor

Outros finalistas:
O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum) - Peter Wenham
O Caçador de Pipas (The Kite Runner) - Carlos Conti (I)
Conduta de Risco (Michael Clayton) - Kevin Thompson (I)
O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le papillon) - Michel Eric; Laurent Ott

Filme de Fantasia (Fantasy Film)

Vencedor:
A Bússola de Ouro (The Golden Compass) - Dennis Gassner

Outros finalistas:
300 - James D. Bissell
Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix) - Stuart Craig (I)
Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End) - Rick Heinrichs
Ratatouille - Harley Jessup

Na disputa do Oscar, concorrerão quatro trabalhos "de época": "Sangue Negro" - Jack Fisk e Jim Erickson; "O Gângster" - Arthur Max e Beth A. Rubino; "Desejo e Reparação" - Sarah Greenwood e Katie Spencer e "Sweeney Todd" - Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo e um "de fantasia": "A Bússola de Ouro" - Dennis Gassner e Anna Pinnock

A Bússola de Ouro

SANGUE NEGRO

(There Will Be Blood, EUA, 2007)
Direção: Paul Thomas Anderson.
Elenco: Daniel Day-Lewis, Paul Dano, Kevin J. O'Connor, Ciarán Hinds, Russell Harvard, Paul F. Tompkins.
Sinopse: 1898. Daniel Plainview era um obstinado prospector de petróleo, decidido a atingir os seus objetivos a qualquer custo.
Mesmo sob as mais precárias condições de segurança e salubridade, Daniel se metia em buracos abertos com explosivos no Novo México om sua picareta e procurava indícios nas rochas da existência do "ouro negro".
Nas reuniões de compra de terrenos para exploração, Daniel sempre levava o pequeno H.W. Plainview consigo.
Num de seus acordos, Daniel adquiriu um terreno em Little Boston, onde passou a liderar uma pequena comunidade formada pelas famílias dos prospectores.
Ali, Daniel ergueria três torres de perfuração do solo, e começaria a juntar uma fortuna ao mesmo tempo que tem que enfrentar seus piores sentimentos, como a angústia da solidão, o ódio e desconfiança sobre todos que o cercam e uma agressividade incontida.
Durante a sua trajetória do"zero" ao "muito longe" Plainview irá confrontar-se com Eli, o pastor de conduta duvidosa da Igreja da 3a. Revelação.
Filme baseado no romance “Oil!”, escrito em 1927 por Upton Sinclair.
Bastidores: Indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção, Ator (Daniel Day-Lewis), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte e Edição de Som.

Saturday, February 16, 2008

APRESENTADORES DO OSCAR 2008

O produtor da festa do Oscar, Gil Cates (ao lado do presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Sid Ganis), declarou que os vencedores do ano passado nas quatro categorias de atuação já confirmaram que irão dar prosseguimento à tradição de anunciarem os vencedores do ano seguinte – assim, espere ver Helen Mirren, Forest Whitaker, Alan Arkin e Jennifer Hudson no palco do Kodak Theater em 24 de fevereiro.

Mas não só: também marcarão presença Amy Adams, Jessica Alba, Cate Blanchett, Josh Brolin, Steve Carell, George Clooney, Penelope Cruz, Miley Cyrus, Patrick Dempsey, Cameron Diaz, Colin Farrell, Harrison Ford, Jennifer Garner, Tom Hanks, Anne Hathaway, Katherine Heigl, Jonah Hill, Dwayne “The Rock” Johnson, Nicole Kidman, James McAvoy, Queen Latifah, Seth Rogen, Martin Scorsese, Hilary Swank, John Travolta, Denzel Washington e Renée Zellweger.

Cate e Ganis também anunciaram os artistas que apresentarão as canções indicadas ao Oscar: “Happy Working Song” surgirá mais uma vez na voz de Amy Adams, enquanto Kristin Chenoweth e Marlon Saunders cantarão “That’s How You Know”. Já “So Close” será apresentada por Jon McLaughlin. Todas as três são do filme Encantada. “Raise It Up”, de O Som do Coração, será cantada por Jamia Simone Nash ao lado do IMPACT Teatro de Repertório do Harlem, encabeçado por Jamal Joseph. Finalmente, os astros de Once, Glen Hansard e Marketa Irglova, subirão ao palco para defender “Falling Slowly”.

Quanto à equipe de roteiristas da cerimônia, os veteranos Hal Kanter, Buz Kohan, Jon Macks e Bruce Vilanch já foram confirmados – e o apresentador Jon Stewart levará sua equipe do “The Daily Show” para auxiliá-lo.

Jon Stewart, o Mestre de Cerimônias