Saturday, April 16, 2011

TOP 4 BILHETERIA 2011

1) Enrolados

Trecho da Crítica de Jader Santana, do site Cinema com Rapadura:

"(...)Se o casal de protagonistas consegue obter nossa empatia imediata, os personagens secundários também desempenham papel importante na trama. A iguana de estimação da princesa, o cavalo real e a trupe de bêbados do povoado, além de resultados de um excelente trabalho artístico, são engraçados e responsáveis por várias tiradas de humor.

É evidente que a opção da Disney pela modernização de um clássico traria alguns prejuízos ao formato. As excelentes canções características dos filmes produzidos pelo modo tradicional de animação foram substituídas por músicas sem profundidade e com trechos pegajosos. A dublagem de Ryder para a versão brasileira, responsabilidade de Luciano Hulk, também não foi eficiente. É inegável o carisma de Hulk no comando de um programa de auditório, mas o mesmo não pode ser dito do seu trabalho como dublador. Sua narração deu ao personagem uma feição exageradamente folgada, com um sotaque e entonação de malandro carioca."

2) De Pernas pro Ar

Diálogos do Filme:

Carlos, anunciando a promoção de Alice na Happy Toys: "Uma gerência de marketing tem um problema: são doze horas diárias de trabalho por dia, oito viagens por mês e férias nem pensar! Esse cargo acabou com o casamento de três dos quatro últimos gerentes. E quase acabou comigo"

Resposta de Alice: "Não tem problema não, Carlos. João, o meu marido, me apoia em tudo." (na cena seguinte ela recebe a notícia em sua secretária eletrônica que seu marido resolveu "dar um tempo".

Alice, dizendo para a mãe que o casamento não está em crise: "Que crise? Temos um filho saudável, apartamento próprio, minha carreira vai bem e a dele também, temos um bom carro, empregada de confiança, viajamos para o exterior uma vez por mês, enfim, uma vida maravilhosa. O que pode faltar em nosso casamento?"

Mãe de Alice: "Sexo".

Alice, despedindo-se do filho antes dele ir para um jogo de futebol na escola: "Filho, joga direitinho, hein? Eu quero ver muitos gols."

O filho: "Mas mãe! Eu sou goleiro!"

3) Rio

(EUA, 2011)

Direção: Carlos Saldanha

Vozes: Blu (Jesse Eisenberg, na versão legendada; Gustavo Pereira, na versão dublada); Linda (Leslei Mann; Sylvia Salustti); Túlio (Rodrigo Santoro, dublando as duas versões); Jade (Anne Hathaway; Adriana Torres); menino orfão (Jake T. Austin; Cadu Paschoal); Marcel (Carlos Ponce; Ricardo Schnetzer); Rafael, o tucano (George Lopez; Luiz Carlos Persy); Nico (Jamie Foxx; Alexandre Moreno); Pedro (Will.i.am; Mauro Ramos), Nigel, a cacatua (Jemaine Clement; Guilherme Briggs).

Sinopse: O filme conta a história de Tyler "Blu" Ganderson, uma arara azul rara que foi capturada no Rio de Janeiro por traficantes de animais "exóticos" quando muito jovem.

Na fria Minnesota, a caixa que o transportava caiu do caminhão e ele foi encontrado por Linda, a garotinha nerd que com o passar dos anos se tornaria dona da livraria "Ararinha Azul".

Blu cresce cheio de mimos como bichinho de estimação, tomando seu marshmallow com chocolate até que, incentivado pelo ornitólogo Túlio Monteiro, resolve conhecer suas origens e a única sobrevivente (além dele) de sua espécie, que está no Rio de Janeiro, num Centro de Estudos e Recuperação de Pássaros.

No Rio, Blu conhece a independente e bela arara Jade, que o acompanhará em suas aventuras através das praias, escolas de samba e pontos turísticos como o Corcovado, o Pão de Açúcar, o Maracanã, os Arcos da Lapa, o Jardim Botânico, etc..., enquanto eles tentam driblar um contrabandista de animais que atua nos morros da Cidade Maravilhosa e entre uma confusão e outra ainda precisam se lembrar de tentar "perpetuar a espécie" embalados ao som de "Say You, Say Me" de Lionel Ritchie.

Trecho da Crítica de Alysson oliveira, para o site Cineweb: "(...)Há no mínimo meia dúzia de momentos memoráveis em Rio, especialmente pelo colorido e brilho que, aliados ao ritmo, tornam-se irresistíveis, como na cena de abertura em que aves tropicais sambam e cantam; no desfile no sambódromo; ou num passeio romântico de bondinho em Santa Teresa. Saldanha e sua equipe acertaram em cheio, principalmente porque atentaram para os detalhes – de cores e formas – que trazem veracidade para o filme. Estão na tela as ladeiras estreitas do Rio de Janeiro, as pequenas vielas da favela e também as praias lotadas.

Rio também é um filme de referências e homenagens. Blu e Jade não se dão bem, mas precisam se suportar, pois estão acorrentados um ao outro – tal qual o casal de Os 39 degraus, de Alfred Hitchcock. Na cena em que fogem pele favela tem imagens bem parecidas com a galinha em fuga de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Mas são os antigos musicais – com uma piscadela para Carmem Miranda, lembrada no chapéu de frutas do cachorro Luiz – que se sobressaem no longa de Saldanha. Não que a ação páre para os personagens cantarem. As músicas estão bem inseridas na narrativa, mas esses números são um show à parte.

A animação Rio tem tudo para se tornar um clássico – para agradar adultos e crianças, com seu roteiro bem sacado e seus personagens naturalmente cativantes. Mas não é só isso que torna o filme memorável. Há um toque mágico, algo inexplicável, porque na tela, os traços pulsam com vida, ritmo e brilho – algo bem parecido com o carnaval brasileiro."

4) Bruna Surfistinha

Crítica de Celso Sabadin, para o site Cineclick:
"Uma rápida e descompromissada busca no Google pelo nome “Bruna Surfistinha” indica mais de 2 milhões de registros. Um ótimo ponto de partida, pelo menos mercadológico, para que se faça um filme sobre esta que foi considerada a mais famosa prostituta do Brasil. Um filme cheio de sexo e drogas que poderia facilmente cair na baixaria gratuita ou na exploração fácil da nudez da belíssima Deborah Secco, atriz que vive o papel título. A boa notícia – ou, no caso, as boas notícias – é que nada disso acontece: Bruna Surfistinha, o filme, é digno, profissional. Tecnicamente muito bem elaborado, otimamente interpretado (não só por Deborah, como por todo o elenco) e não se rende à gratuidade.

Baseado no livro O Doce Veneno do Escorpião, o roteiro assinado a seis mãos por Homero Olivetto, José de Carvalho e Antônia Pellegrino fala de Raquel (Deborah Secco), uma garota de classe média paulista, igual a milhões de outras, que decide abandonar a família careta para se tornar prostituta. Além de ser mais bonita que a média, a menina logo percebe como agradar aos homens que, além de sexo, querem ser ouvidos e, se possível, amados. Utilizando seus talentos e inovando na internet, a ascenção de Raquel – que usa Bruna como nome de guerra - é meteórica!

Há basicamente duas formas bem distintas para analisar o filme. Como “produto” comercial (embora eu deteste esta palavra para me referir ao Cinema, mas, enfim…), Bruna Surfistinha é impecável. Da abordagem do tema à fotografia, do roteiro à trilha sonora, do elenco à montagem, não há nada que o impeça de se transformar num dos maiores sucessos de bilheteria deste ano. Sequer parece filme de diretor estreante em longas (Marcus Baldini, de trajetória publicitária). O filme sabe ser ousado sem ser apelativo, usa bem a nudez sem cair na baixaria, e felizmente tem estética de filme para cinema, não sendo apenas um produto televisivo exibido na tela grande, como muitas vezes tem acontecido.

Já como Cinema, no sentido mais amplo do termo, Bruna Surfistinha deixa a desejar. Opta por uma narrativa totalmente linear, não dá muito espaço para a criatividade, e comete o mesmo erro que muitas produções brasileiras têm cometido: a praga da redundante narração em off, que ou explica o que já está sendo visto, ou deixa transparecer a falta de confiança que o próprio diretor tem a respeito da força das imagens que mostra. Até os dois Tropa de Elite sofrem deste mal: como que achando que o público não irá compreender o que se passa na tela, uma voz em off decide explicar, verbalmente, o que deveria ser mostrado cinematograficamente.

Para o grande público, o recurso pode até funcionar. Para o cinéfilo, aborrece. E pelo visto a intenção do filme é realmente encontrar o grande público. Deve dar certo!"

No comments: