Thursday, April 23, 2015

Vingadores: Era de Ultron

Texto por Carlos Cyrino: 5/5

Para ser bem sincero, eu estava muito mais ansioso para conferir a série do Demolidor do que para ver esta nova iteração dos Heróis Mais Poderosos da Terra. Consegui passar longe do hype e assisti apenas aos trailers, tentando não saber muito sobre o filme para não perder a graça na hora de assisti-lo.
O momento chegou e, conferindo-o sem expectativas ou ansiedade, posso dizer que achei Vingadores: Era de Ultron do mesmo nível do primeiro. Nem melhor, nem pior, no mesmo naipe. Pronto, agora que já tirei logo o que você provavelmente queria saber do caminho, podemos continuar o resto da resenha com mais tranquilidade.

VINGADORES ASSEMBLÉIA!

A soberba de Tony Stark ao tentar criar uma armadura para o mundo, que o protegesse de uma eventual nova invasão alienígena, faz com que ele invente a inteligência artificial Ultron, que, como você sabe, dá chabu e vira um robô psicótico engajado em proteger o planeta pelo simples método de destruir seus habitantes humanos.
A história não poderia ser mais simples e serve apenas como pretexto para mais um festival de pancadaria e piadinhas cheias de nerd pride que Joss Whedon tão bem domina e sabe como distribuir ao longo da projeção em mais um longa igualmente hilário e cheio de adrenalina.
Basicamente tudo que escrevi na resenha do anterior se aplica numa boa neste aqui também. Clica no link e refresque sua memória, eu espero. Pronto? Então continuemos. Talvez a grande diferença nesta nova aventura seja o escopo da ação, muito maior, com mais destruição e super-poderes, cheia de explosões em larga escala e porrada em níveis monumentais. Você sabe, seguindo a lei das continuações, aquela que dita que tudo tem de ser maior que no anterior.
Whedon, no entanto, o faz com maestria, já tendo dominado como narrar um blockbuster épico cheio de heróis. O cara é um de nós e recebeu a melhor e mais cara caixa de brinquedos para se divertir. E como ele se diverte. Há pelo menos uns dois planos que são literalmente capas de HQs ganhando movimento, e em câmera lenta! O primeiro, que mostra a equipe toda perfilada durante um salto, me deixou com os pelos dos braços arrepiados. Se eu tivesse visto isso quando tinha meus 13 anos, provavelmente teria de trocar a cueca depois da sessão...
Quanto aos novos personagens, eles estão bem legais. Gostei particularmente da Feiticeira Escarlate, não só pela Elizabeth Olsen ser muito bonita (ainda mais ruiva!) e mandar bem, mas as primeiras aparições dela são bem estilosas. Seu irmão gêmeo, contudo, não está na mesma altura e não tem nenhuma cena de ação elaborada ao estilo do que Bryan Singer fez com o seu Mercúrio em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
Já o Visão é outro dos pontos altos da película e quando ele finalmente dá o ar da graça, é num momento que deixou os jornalistas na cabine em polvorosa, em mais uma excelente sacada de Joss Whedon. E ele tem um papel importante para a trama, ainda que no fim das contas sua gama de poderes seja mostrada de forma bem econômica.

VOCÊ SERIA DIGNO DE ERGUER O MARTELO DE THOR?

O vilão Ultron me surpreendeu por ser bem mais fanfarrão do que eu esperava. Talvez por ele ser um robô, imaginava-o mais frio e ameaçador, mas na verdade ele é bem engraçado e solta um monte de piadas, assim como quase todos os personagens. No entanto, é um antagonista bastante raso. Um daqueles típicos vilões cuja motivação é destruir o mundo porque sim e pronto.
Tinha margem para ser mais desenvolvido, como sua revolta contra seu criador Tony Stark, e todo o lance da música do Pinóquio que tanto foi utilizado nos trailers, mas isso acabou apenas sendo pincelado. Nesse sentido, é até um desperdício usarem um ator do porte de James Spader para dar vida a um personagem um tanto genérico. Até mesmo seu grande plano de destruição é bem estapafúrdio e sem noção, quando certamente havia meios mais simples de destruir a Terra.
Desta vez Whedon se utilizou mais de alguns clichês quadrinhísticos que não são necessariamente dos melhores. E quando novamente há um racha entre os heróis e eles começam a sair na mão, confesso que cheguei a considerar tirar meio ou até um Alfredo da nota, mas pelo menos dessa vez isso é mais justificado e a cena é bem curta. Ainda assim, bem que poderia tirar elementos melhores das HQs ao invés desses chavões batidos.
Agora que cobrimos o que não é tão legal, vale dizer o que melhorou. As relações entre os personagens estão bem mais desenvolvidas e já rola uma amizade forte entre eles, exemplificada pela já clássica cena da festa, que junta praticamente meio mundo do universo cinematográfico da Marvel na torre dos Vingadores. E o clima entre a Viúva Negra e Bruce Banner também rende bastante para a trama.
Os fãs do Gavião Arqueiro, pouco utilizado na primeira película, ficarão felizes em saber que neste ele ganha todo o desenvolvimento que não tivera até então, bem como muito mais tempo de tela e um monte de piadas com sua suposta inutilidade, como o fato de ele ser só um cara com arco e flechas no meio de deuses. O foco da pessoa normal no meio da ação gigantesca acaba caindo nele.
E, por fim, avança a gigantesca história geral que a Marvel está montando com seus filmes e séries, dando mais um passo para o inevitável confronto com Thanos, bem como abre algumas outras possibilidades bastante interessantes para o futuro dos Vingadores, com um final que arrancou palmas dos entusiasmados jornalistas presentes e é realmente daqueles de deixar com um baita sorriso estampado na cara.
Vingadores: Era de Ultron, assim como seus antecessores, Capitão América 2 e Guardiões da Galáxia, se posiciona como um dos melhores longas da Marvel. Embora não seja perfeito e tenha até mais elementos que não me agradaram do que o primeiro, é inegável que ele apresenta mais de duas horas de diversão de muita qualidade e continua a montar o quebra-cabeças para algo ainda mais épico. Mas visto por si só, já é um excelente blockbuster.

CURIOSIDADES:

- Stan Lee faz sua tradicional ponta e é uma das mais engraçadas de suas costumeiras aparições.

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