Monday, March 26, 2007

Estréias de 18 de maio de 2007

ALPHA DOG
(EUA, 2007)
Policial - 117 min.
Direção: Nick Cassavetes
Elenco: Amanda Seyfried (Julie Beckley), Anton Yelchin (Zack Mazursky), Ben Foster (Jake Mazursky), Bruce Willis (Sonny Truelove), Courteney Cox (Advogada Erica Price), Dominique Swain (Susan Hartunian), Emile Hirsch (Johnny Truelove), Justin Timberlake (Frankie Ballenbacher), Olivia Wilde (II) (Angela Holden), Sharon Stone (Olivia Mazursky), Shawn Hatosy (Elvis Schmidt)
Sinopse: Claremont, na área rica de Los Angeles, na Califórnia.
Novembro de 1999.
Johnny "J.T." Truelove herdou de seu pai Sonny um talento nato para vender drogas e formou ao seu redor uma quadrilha de vendedores e usuários de droga formada por jovens criados por pais permissivos, despreparados e incapazes de estabelecer limites à rebeldia dos filhos.
Jake Mazursky, um dos intermediários, tinha se envolvido numa enrascada com clientes em San Diego e não podia saldar uma dívida com Johnny.
Para pressioná-lo a pagar, Johnny e seus comparsas seqüestraram Zack, 15 anos, irmão mais novo de Jake.
Zack, que vivia na casa dos pais superprotetores, acabou gostando de ficar afastado do ambiente controlado em que vivia e de conhecer a vida cheia de curtição dos traficantes, que frequëntavam festas com muitas garotas, cerveja, muita droga e vídeo game.
Enquanto isso, os pais de Zack, preocupados, contactam a polícia e Johnny precisa decidir o que fazer para tentar livrar-se da cadeia...
Bastidores: Filme inspirado na história de Jesse James Hollywood, um traficante de drogas, assassino e sequestrador que se tornou o homem mais jovem já procurado pelo FBI, e que foi capturado em Saquarema, no Rio de Janeiro.
Jesse James Hollywood nasceu e foi criado numa área rica de Los Angeles, na Califórnia. Quem escolheu o nome foi seu pai, inspirado na história do bandido do século XIX.
Jesse começou a vender drogas para os colegas de escola na adolescência. Fascinado com o dinheiro fácil, ele se especializou em vender um tipo de maconha cinco vezes mais potente que a normal. O produto custava caro: cada quilo não saía por menos de US$ 10 mil, o equivalente a R$ 27 mil. Aos 19 anos, já era dono de uma casa avaliada em R$ 500 mil e um Mercedes.
Mas a quadrilha de Jesse James era atrapalhada: fumava quase tanto quanto vendia.
Benjamin Markowitz devia US$ 1.500 de maconha para o patrão. Para pressioná-lo a pagar, Jesse ordenou o seqüestro de Nicolas, 15 anos, irmão mais novo de Benjamin. Cinco dias se passaram e o dinheiro não apareceu. Jesse deu ordem para que Nicolas fosse executado.
Mas o corpo foi encontrado e Jesse fugiu. Para onde? Talvez inspirado em outro bandido famoso, o inglês Ronald Biggs, veio para o Brasil.
Aqui, Jesse virou Mike Giroux. Dizia para todos que era canadense e tinha vindo ao Brasil estudar. Mas aqui ele jamais pegou num livro. Morava em Copacabana e gostava mesmo era de ir à praia e beber. Vivia com uma mesada de R$ 3 mil, enviada pelo pai.
Três anos atrás, ele conheceu Márcia Reis, dez anos mais velha, e foi morar com ela em Saquarema, litoral do estado do Rio.
Notas da Crítica:

Airton Shinto, Shintocine: 8/10
Elie Politi, Cinequanon: 4/5
Tony Tramell, Almanaque Virtual: 4/5
Miguel Barbieri, VEJA SP: 7,5/10
Celso Sabadin, Cineclick: 7,5/10
Alexandre Koball, Cineplayers: 7/10
Alex Xavier, Guia do Estadão: 7/10
Mariane Morisawa, SET: 7/10
Tatiane Crescêncio, Cineplayers: 7/10
Christian Petermann, Guia da Folha: 6,5/10
Cid Nader, Cinequanon: 3/5
Erico Fuks, Cinequanon: 3/5
Luís Salvado, Premiere: 3/5
Ma. Carmo Piçara, Premiere: 3/5
Marcelo Hessel, Omelete: 3/5
Marcia Schmidt, Cinequanon: 3/5
Guilherme Martins, Paisà: 3/5
Régis Trigo, Cineplayers: 6/10
Sergio Nunes, Cinequanon: 3/5
Tobey, The Bridge: 3/5

Daniel Pilon, Pilog: 2/4
Ludmila Azavedo, Jornal da Tarde: 5/10
Sandro Macedo, Guia da Folha: 5/10
Sérgio Rizzo, Folha Ilustrada: 2/4
Alessandro Giannini, SET: 4,5/10
Fabio Yamaji, Cinequanon: 2/5
JBeto, Cine do Beto: 2/5
Enrique Aguilar, Contrapicado: 1/5

ÍNDICE NC: 6,01 (28)

Site Oficial: http://www.alphadogmovie.com/main.html



ESCOLA DE IDIOTAS
(School for Scoundrels, EUA, 2006)
Direção: Todd Phillips
Roteiro de Scot Armstrong e Todd Phillips, baseado em roteiro de Hal E. Chester e Patricia Moyes e em livro de Stephen Potter. Elenco: Billy Bob Thornton (Dr. P), Jon Heder (Roger), Jacinda Barrett (Amanda), Matt Walsh (Walsh), Horatio Sanz (Diego), Todd Louiso (Eli), Michael Clarke Duncan (Lesher), Paul Scheer (Pequeno Pete), Joanne Baron (Lois), Jon Glaser (Ernie), Leonard Earl Howze (Carl), Sarah Silverman (Becky), David Cross (Ian), Luis Guzmán (Sargento Moorehead), Dan Fogler (Zack), DeRay Davis (Bee Bee), Omar J. Dorsey (Lawrence), Marcella Lowery (Sra. Washington), Nicole Randall Johnson (Shanice), Ben Stiller (Lonnie) .
Sinopse: O jovem Roger (Jon Heder) trabalha na Divisão de Estacionamentos do Departamento de Trânsito de Nova York. Roger tenta resolver suas crises de ansiedade e auto-estima baixa lendo manuais de auto-ajuda como "É Hora de Assumir o Comando" e "Você Pode Ser Feliz".
Além de tentar aplicar multas para motoristas que estacionam em local irregular, Roger também atua como voluntário no Centro Recreativo de Manhattan, dando aulas particulares de natação no Programa "Adote Uma Criança".
Após ter seu uniforme de trabalho, distintivo e tênis roubados por dois encrenqueiros e de ser rejeitado pelo seu aluno, que desejava trocar de instrutor de natação, Roger é encorajado a se matricular em um curso secreto, ministrado pelo estiloso Dr. P (Billy Bob Thornton), que promete tornar as pessoas mais auto-confiantes usando métodos nada ortodoxos com a ajuda de pagers, armas de paint-balls, slides, mentiras e de seu assistente Lesher (Michael Clarke Duncan).
Notas da Crítica:
Raphael Santos, Cinema com Rapadura: 7/10
Airton Shinto, Shintocine: 6/10
Miguel Barbieri Jr., Veja SP: 3/5
Marcelo Hessel, Omelete: 2/5
Tobey, The Bridge: 1/5
ÍNDICE NC: 5,00/5

EM TRÂNSITO
(Brasil, 2005)
Documentário - 98 min.
Direção: Henri Arraes Gervaiseau
Elenco: Antônio Alves da Silva, Jucilene de Jesus Alves, Maria de Fátima Ferreira dos Santos, Sônia Isabel de Morais, Benvinda Brito Silveira, Carlos Bugosi, Wagner Luciano da Silva, Diassis Ferraz Jr., Virgínia Maria de Jesus Santos, Tatiana Giatti, Aldair Romualdo Silvestre, Francisco de Assis Peba, Rita Paula Beretas de Cardozo, Carlos Alberto Alves de Souza, Ronald Aparecido da Silva.
Sinopse: A cidade de São Paulo tem 17 milhões de pessoas que, através dos mais variados meios de transporte, circulam diariamente por 1512 quilômetros quadrados. De casa para o trabalho, e vice-versa, são gastas horas todo dia. 15 pessoas que enfrentam este cotidiano diariamente dizem como lidam com este tempo de espera.
Notas da Crítica:
Carlos Alberto Mattos, SET: 7/10
Alysson Oliveira, Cineweb: 2/5

O PROFETA DAS ÁGUAS
(Brasil, 2005)
Documentário
Direção: Leopoldo Nunes
Sinopse: Em 1966, o governo militar brasileiro decide iniciar a construção da hidrelétrica de Ilha Solteira, que inundaria toda a região de Rubinéia, na fronteira de São Paulo com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Em outubro de 1970, o líder religioso Aparecido Galdino Jacintho rezava com seus fiéis no seu templo, em Rubinéia, à espera do Exército Nacional, que se juntaria ao Exército da Força Divina. Juntos, partiriam rumo a Mato Grosso para curar, pregar a paz e praticar a justiça, além de impedir a construção da barragem. Enfim chega a força militar, conforme a profecia, mas para reprimir os fiéis com violência brutal. O filme resgata documentos históricos de arquivos das justiças comum e militar, arquivos de hospitais psiquiátricos e localiza diversas pessoas que vivenciaram o episódio.

OLHE PARA OS DOIS LADOS
(Look Both Ways, Austrália, 2005)
Direção: Sarah Watt
Elenco: Justine Clarke (Meryl), William McInnes (Nick), Anthony Hayes (Andy Walker), Lisa Flanagan (Anna), Andrew S. Gilbert (Phil), Daniella Farinacci (Julia), Maggie Dence (Joan), Edwin Hodgeman (Jim), Sacha Horler (Linda), Elena Carapetis (Maria), Andreas Sobik (Maquinista)
Sinopse: A vida de Meryl (Justine Clarke) é cheia de tragédias reais e imaginárias. Em sua cabeça ela fantasia crianças sendo devoradas por tubarões. Na vida real seu pai acaba de morrer e ela é a única testemunha de um descarrilamento de trem. Quando um jornal local manda o repórter Nick (William McInnes) para cobrir o acidente e entrevistar Meryl, eles começam um romance. Mas a paranóia dos dois só permite que eles enxerguem o lado trágico da vida.
Notas da Crítica:
Rodrigo Carreiro, Cine Reporter: 4/5
Alysson Oliveira, Cineweb: 3/5
Sérgio Rizzo, Folha Ilustrada: 2/4
Tobey, The Bridge: 1/5

O HOSPEDEIRO
(Gwoemul / The Host, Coréia do Sul, 2006)
Direção: Joon-ho Bong
Elenco: Kang-ho Song, Hie-bong Byeon, Hae-il Park, Du-na Bae, Ah-sung Ko, David Joseph Anselmo, Paul Lazar, Dal-su Oh, Brian Rhee, Scott Wilson.
Sinopse: 9 de fevereiro de 2000.
No laboratório empoeirado do Centro de Pesquisas do Exército dos Estados Unidos em Yongsan, na Coréia do Sul, um cientista norte-americano ordena a seu assistente sul-coreano que esvazie o conteúdo de centenas de frascos de vidro contendo formaleído no ralo da pia do laboratório.
Sabendo que o formol entrará nos esgotos e contaminará o Rio Han, o segundo maior rio da Coréia, que passa por Seul e desemboca no Mar Amarelo, o assistente inicialmente recusa-se a cumprir a ordem, mas é convencido pelos argumentos persuasivos do americano: "Ora, meu caro, vamos ser práticos! Afinal, esse rio é bem extenso..."
Junho de 2002.
Em algum ponto do Rio Han, um pescador coreano captura com sua caneca uma pequena criatura aquática irreconhecível. Parecia algum tipo de mutação. O pescador dá uma olhada, mostra para seu companheiro de pesca que comenta como o bicho é nojento e devolve o animal para o Rio.
Outubro de 2006.
Um executivo coreano arruinado, antes de se suicidar jogando-se de uma ponte sobre o Rio Han, vê alguma coisa parecida com um vulto de um animal marinho se mexendo sob as águas.
Na beira do Rio Han, moram Park Hee-bong e sua família, donos de uma barraquinha de comida no parque. Seu filho mais velho, Gang-du, tem 40 anos, é um tanto desajeitado e dorminhoco; a filha do meio, Nam-joo, é arqueira do time olímpico coreano; e Nam-il, o filho mais novo, está desempregado. Todos cuidam da menina Hyun-seo, filha de Gang-du, cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Hyun-seo usa um telefone celular velho que mal funciona. Seu pai ajunta moedas num pote de macarrão instantâneo para comprar um celular novo.
Um dia, frequentadores do parque vêem uma criatura se balançando na estrutura da ponte sobre o rio. A criatura mergulha nas àguas, indo em direção à margem. Os curiosos atiram objetos no animal, que cogitam ser um "golfinho da Amazônia". O animal, que na realidade revela-se um anfíbio parecido com um lagartixão gigante com gengivite, invade o calçadão do parque, causando terror e levando com ele, amarrada em seu rabo, Hyun-seo.
LINK PARA OS MELHORES FILMES DE 2007

6 comments:

airtonshinto said...

ALEXANDRE KOBALL, do site Cineplayers:
"Alpha Dog é mais uma investida na indústria do cinema norte-americano que tem por objetivo tentar enegrecer a imagem das drogas. Através de uma história baseada em fatos reais (porém os produtores, por questões legais, tiveram que alterar o nome dos personagens em relação às pessoas verdadeiras), acompanhamos vários atos ilícitos de jovens drogados que consideram tudo isso “divertido” e “normal”. O filme narra o caso do seqüestro de um jovem irmão de um traficante que devia dinheiro a outra pessoa de má influência. O seqüestro não foi premeditado e foi levado como uma brincadeira no começo, porém aos poucos, no meio de tantas festas e drogas, as coisas foram ficando complicadas.
Na realidade, Alpha Dog é um bom retrato da futilidade da classe média norte-americana, que se acaba refletindo em nossa classe média (pois esta copia quase tudo dos americanos): drogas, bebidas e sexo na adolescência são o único objetivo dessas pessoas, e os acontecimentos que o filme mostra são um exemplo de que, às vezes, isso pode terminar muito mal. A linha narrativa do filme aprofunda-se no caso do seqüestro de forma perfeitamente dramática, pois no início tudo é engraçado e divertido, mesmo para o seqüestrado, que devido ao fato de seus seqüestradores serem “gente boa”, leva tudo como uma divertida aventura. Aos poucos, o roteiro dá pistas ao espectador do final que tudo pode levar, de forma cada vez mais tensa e interessante.
Talvez o único ponto negativo a ser destacado com relação ao roteiro seja o fato de que ele peca por glorificar demasiadamente o estilo de vida daqueles adolescentes descerebrados: drogas e sexo acontecem abertamente, e todos parecem gostar daquilo, ainda que sob efeitos alucinógenos. Mesmo que ao final vejamos algumas conseqüências negativas, tudo poderia ter sido exibido de forma mais suja, para a mensagem ser passada de forma mais aberta (às vezes só assim para o espectador assimilar bem). Apesar dos perigos de viver sempre além dos limites da lei, garanto que muitos gostariam disso em troca do que é mostrado pelo filme. Trabalhos mais respeitados sobre o tema (Réquiem para um Sonho e A Sombra de um Homem, por exemplo) proporcionaram essa atmosfera mais poluída, e com resultados muito interessantes.
A direção de Nick Cassavetes é conivente com uma montagem cheia de perfumaria, muitas vezes desnecessária: a divisão da tela em frames múltiplos que na maioria das vezes não adicionam nenhuma informação visual (pois são repetitivos ou redundantes) é algo que poderia ter sido evitado. Não chega a ser irritante. Porém há toques interessantes, como a contagem das testemunhas que viram de alguma forma o seqüestro, que aparece no canto do frame. Para quem não tem idéia do que vai acontecer, esse detalhe torna tudo mais misterioso e interessante.
O filme é basicamente sobre adolescentes e, enquanto eles fazem um trabalho decente mas não destacável, há um núcleo adulto com atores experientes, que inclui Bruce Willis (em papel relâmpago, mas interessante) e uma Sharon Stone em certo momento irreconhecivelmente gorda sob uma maquiagem pesadíssima. Nesse ponto, o overacting (exagero na atuação) é notável. No geral, não é um filme de grandes atuações, mas elas são boas o suficiente para trazer qualidade ao roteiro, que é o melhor ponto do filme.
A questão é: tentando apresentar mais um exemplo negativo do uso das drogas, o filme atinge seu objetivo? Definitivamente sim para espectadores de cabeça aberta. Não é tão enfático quanto os filmes citados acima, mas seu final é simplesmente aterrador, e compensa o excesso de futilidades mostradas até ali (festas, brigas e discussões vazias entre pessoas vazias). Além disso, Cassavetes soube ritmar bem o filme, transformando-o em um trabalho divertido e ao mesmo tempo angustiante. Por causa disso, principalmente, não posso fazer outra coisa senão recomendá-lo."

airtonshinto said...

MARCELO JANOT, do site Criticos.com.br:
"Embora nos últimos anos tenha dirigido produções hollywoodianas que pouco lembravam o estilo e a obra do pai John Cassavetes, não há como negar que Nick Cassavetes herdou seu talento. John dizia que não queria entreter, só incomodar (por isso muita gente não consegue ver seus filmes até o final). Nick entretém - e incomoda.
Basta que lhe dêem a chance de também escrever o filme, como fez em seu filme de estréia, De Bem Com a Vida (1996) e agora neste Alpha Dog. Sob o pretexto de recriar ficcionalmente um episódio policial que abalou os Estados Unidos em 1999, Nick aproveita para expor as feridas íntimas da sociedade americana, algo que seu pai já fazia há 40 anos em filmes como Faces.
A estética de Alpha Dog não tem nada de retrô. Mas por trás da adrenalina que envolve a história de um atrapalhado seqüestro, comandado por jovens drogados de classe média alta, reside um ácido discurso sobre a falência das relações familiares - pontuado por situações absurdas e uma permanente sensação de incômodo e angústia que remetem à obra de John Cassavetes. Como se isso não bastasse, Nick ainda extrai grandes desempenhos do elenco, com destaque para o cantor Justin Timberlake."

airtonshinto said...

MARCELO HESSEL, do site Omelete:
"Em 2005, em Saquarema, no Rio de Janeiro, a Polícia Federal prendeu Jesse James Hollywood, 25 anos, o mais jovem nome da lista dos mais procurados do FBI. Filho bem nascido da Califórnia, Jesse James figurava havia quatro anos na lista, por tráfico de drogas e homicídio.
Espertamente, muito provavelmente para evitar infringir direitos de imagem, o filme Alpha Dog (2007) troca nomes e fatos para contar a história do criminoso antes da prisão, com o perdão do trocadilho, hollywoodiana em Saquarema. Pormenores policiais do caso real são diluídos ou dissimulados - Jesse James Hollywood vira, então, Johnny Truelove.
Emile Hirsch (Os reis de Dogtown) interpreta o personagem aos dezenove anos. Traficante de drogas cada vez mais notável em San Gabriel Valley, Truelove precisa não só lucrar mas começar a botar respeito nos negócios que faz. Um jovem neonazista, Jake (Ben Foster), está lhe devendo dinheiro. Quando decide cobrar, o traficante percebe que não vai receber. A última solução é sequestrar o irmão do devedor.
Como tudo nessa idade, o "sequestro" de Zack (Anton Yelchin) é encarado como farra. Encarregado de cuidar do "refém", um dos amigos de Truelove, Frankie (Justin Timberlake), leva Zack para conhecer garotas, beber, fumar um baseado. Zack adora os novos amigos - é muito melhor do que ficar em casa sob a vigília da mãe (Sharon Stone). O problema é que Frankie e Truelove não têm como explicar às autoridades que o sequestro foi de mentirinha, só para assustar. E no fim as coisas sempre acabam mal.
O fato de o diretor Nick Cassavetes não procurar a todo tempo relacionar ficção e realidade vem a calhar. Se fosse uma biografia autorizada, é muito possível que o filme terminasse como um retrato tradicional de um criminoso (com todo tipo de julgamento de moral que retratos pressupõem). Do jeito que está, dando atenção mais à geografia humana que cerca Johnny/Jesse James, Cassavetes faz do filme uma interessante crônica da vida de alto padrão na Califórnia.
E é aí que Alpha Dog começa a procurar explicações para o desajuste social que se abate sobre os jovens californianos. Partindo de uma evidência - os excessos em geral, as drogas em particular, estão à disposição de todos - buscasse a causa. Há momentos emblemáticos, como quando a menina, indignada com o sequestro, vai pedir ajuda à sua mãe, que não tem tempo de ouvir porque está chapada de ecstasy, trancada no quarto com o marido, no seu aniversário de casamento.
Nesse contexto, a câmera tem uma certa "alergia" é figura de Truelove, como se ele já estivesse aprendendo a viver em fuga. Ganha espaço o personagem de Timberlake. É muito possível que Cassavetes tenha notado já no meio das filmagens que o ex-'NSync leva jeito para o cinema, por isso deu mais tempo de tela ao novato. Ou então viu que Frankie, o personagem, é a personificação perfeita do garoto que se vê arrastado pela situação sem ter tempo para medi-la, e, como tal, é figura essencial à proposta do filme.
Não é fácil trafegar no meio desse tema, no meio de um discurso de júris e julgados - é só pegar, como exemplo, as obras de Larry Clark (Kids, Bully, Ken Park) para perceber que basta um passo para condenar sumariamente os personagens por aquilo que eles não têm como controlar. Nick Cassavetes, filho do grande John, já passou pelo desafio do melodrama no subestimado Diário de uma paixão, e aqui atravessa dignamente o espinhoso gênero da denúncia social.
O segredo está no olhar, saber identificar nos detalhes os sintomas desse desvio sociocultural. A cena mais impactante do filme não é um tiro à queima-roupa ou uma nudez. É a hora em que a câmera fecha o close-up numa Sharon Stone maquiada, lamentando a desgraça da família, mas tentando sorrir enquanto chora, mantendo as aparências grotescamente como uma plastificada loira californiana. Cassavetes não é nenhum gênio, mas ele sabe extrair significados de uma imagem, e isso é cada vez mais raro."

airtonshinto said...

BERNARDO KRIVOCHEIN, do site Zeta Filmes:
"Houve uma época em que teen movie de verdade (e de sucesso) era “Atração Mortal” (Heathers, EUA, 1989), comédia pra lá de dark estrelando os jovens e razoavelmente conhecidos Winona Ryder e Christian Slater. A trama sobre a patricinha revoltada e o rebelde da escola que, ao assassinarem acidentalmente a garota mais popular da escola, iniciam uma onda de suicídios entre os alunos é um cult tão célebre que se mantém até hoje, sendo a única razão pela qual Michael Lehmann, seu diretor, continua arranjando trabalho. “Atração Mortal” era mais do que um teen movie: era um filme destemido, corajoso e, contra todas as possibilidades, tinha uma mensagem conciliadora. Volta e meia ensaiam-se algumas cópias de “Heathers”, como é o caso do recente “Meninas Malvadas” (Mean Girls, EUA, 2004), mas todas (infelizmente, devo adicionar) empalidecem frente à onda de correção política norte-americana.
Mas a grande massa adolescente prefere se ver não como é, mas como gostaria de ser – uma psicologia de consumo já bem decifrada pelo mercado e em pleno funcionamento hoje. Daí surgem verdadeiras anomalias cinematográficas que realizam sucesso entre o seu público-alvo, apesar destes não perceberem que tal teen movie que apreciam, na realidade, conspira contra eles. Nada me tira da cabeça que Cameron, o amigo constantemente intimidado (ou bullied, se você é um importador de termos) por Ferris Bueller no detestável “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller's Day Off, EUA, 1986) sofria problemas crônicos de depressão (e aquele pai ausente abusava sim do garoto, sexual e/ou psicologicamente) e que se suicidou após os créditos finais.
O status quo do teen movie atual é sinistro. Adolescentes fazem inúmeras reprises de “High School Musical” (EUA, 2006), apaixonam-se pelos protagonistas, decoram as músicas e aceitam a mensagem racista transmitida pelo telefilme sem nem hesitarem: o amor de Troy e Gabriella pode desequilibrar a estrutura social da escola (e aí já temos uma mensagem pró-eugenia), então os amigos de ambos conspiram para impedir o casal de unirem-se no musical escolar que se aproxima. O problema: os dois amigos que encabeçam os grupos “inimigos”, o atleta Chad e a nerd Taylor, e cometem o boicote ao casal, são negros. Aliás, os únicos negros (efetivamente protagonistas) que podemos encontrar nos impecavelmente limpos corredores da high school que freqüentam. “High School Musical” retrocede-nos aos tempos de “O Nascimento de uma Nação”: temos os negros, alcoviteiros, traiçoeiros e, confrontados com a orgia de felicidade ao final do filme, simplesmente errados. É um filme que tem gosto de apresentar um número musical no refeitório onde todas as castas sociais aceitam alegremente a forma como os superiores (os mais populares = os mais privilegiados) os percebem – e dançam ao som da música deles, é um filme que saboreia o preconceito. Não é por nada que “High School Musical”, exibido exclusivamente na TV a cabo (um sistema de segregação por si só) se manteve um fenômeno dos pré-adolescentes classe média/alta: um, porque é o típico fluff importado que espelha as aspirações de vida de uma criançada mimada e; dois, porque reforça os preconceitos herdados de seus pais ricaços e ensinados numa série de insinuações à mesa de jantar. Mais: as músicas são péssimas.
“Alpha Dog” faz contraparte, no entanto, com um recente teen movie ainda mais tenebroso: “Dormindo Fora de Casa” (Sleepover, EUA, 2004), um inacreditável remake de “Loucuras à Meia-Noite” (Midnight Madness, EUA, 1980) em que um grupo de garotas dimenor (prestes a entrar na high school, ou no segundo grau) se engajam numa caça ao tesouro onde uma célebre mesa central no refeitório é o prêmio. Tentando se passar por inofensivo, o filme coloca garotas de 13 anos dirigindo carros, entrando em boates, levando cantadas do professor, farreando com a própria mãe, invadindo casas, etc. O então filminho-sessão-da-tarde promove uma espécie de anarquia etária – que surge completamente conveniente para meninas que acreditam que a chave da maturidade está no cedo despertar para os prazeres do empiriquitamento, mas sem perceber no prejuízo que pais imaturos e auto-centrados, tais como as adolescentes, lhes causam. Ou seja, o famoso pai eternamente jovem, que quer ser amigo do filho pois ainda carrega o recalque dos puxões de orelha da sua infância. Assim como “Dormindo...”, o universo de “Alpha Dog” desconhece a hierarquia pais-e-filhos, mas é aterrorizado por isto. Se o diretor Nick Cassavetes, o filho do homem, se engajou em filmes particularmente glossy (ao contrário do pai, mestre do cinema independente), um tanto formais e que promovem um retorno à ordem (“De bem com a vida”, “Loucos de amor”), é porque ele acredita na estrutura enquanto felicidade. O título faz referência ao mais fodão, ao que senta no topo da pirâmide por decifrar o código dos adultos e ainda jovem, os derrota em seu próprio jogo – aproveitando-se tanto de sua esperteza quanto da displicência de seus competidores.
Os personagens passam o filme constantemente tentando provar sua soberania perante os demais, recorrendo à humilhação verbal e, nos casos mais extremos, física. Nick preserva algumas assinaturas de John, o que justifica o histrionismo de algumas atuações (o bom Ben Foster sendo o mais histérico do grupo), mas especialmente o caráter cinemacho da obra do pai, que Nick, já tendo declarado independência com a realização de filmes tipicamente femininos (“Diário de uma Paixão”), agora escancara o masculino ridículo, de supremacia do caralho grande e revela o ridículo da comparação – da qual ele sabe que será sempre vítima eventualmente. Nick parece em busca de uma identidade, mas a figura paterna é, segundo ele, tão imatura que fosse emulá-lo, terminaria andando em círculos. Quando Dominique Swain grita a plenos pulmões o quão absurda é a situação que seus amigos e o irmão estão patrocinando – serem cúmplices de um seqüestro – o resto do grupo simplesmente a ignora, menos porque ela está cortando o barato da erva, mas porque é mulher.
Calha que a trama, baseada na história real de Jesse James Hollywood (jovem dealer que seqüestra e mata o irmão caçula de um viciado que lhe devia dinheiro, tornando-se um dos mais célebres procurados pelo FBI), se adapta aos incômodos do diretor. Já foi visto similar conteúdo – e com um grau de impacto consideravelmente mais forte – em “Bully” de Larry Clark, mas Cassavetes parece menos preocupado em pontuar eventos* e revelar uma Los Angeles que não consegue mais distinguir o cume do fundo do poço. Novamente, o personagem de Foster (um judeu neo-nazista viciado em crack) é despedido de seu emprego por seu chefe, um ex-presidiário que, como ele, carrega tatuagem por todo o braço – uma “manga” (quanto mais tatuagens, mais masculinidade você tem/comprou, mas qualquer visita à uma noite de house no Brasil provará o contrário) – afinal, são iguais, mas são de diferentes épocas. As prioridades mudaram. Pais convidam os filhos para ajudarem a fumar bagulho e fazer DP na puta que acabaram de arranjar na rua. Melhor de tudo: o dilema moral do filme é incorporado por Justin Timberlake, numa ótima atuação, inclusive.
Os únicos pais que parecem prestar são o do rapaz seqüestrado, pois formam um núcleo forte, mas nem eles são o bastante para manter o filho em casa. Fugindo de casa por ser constantemente infantilizado, o rapaz acaba dando a deixa para James Hollywood e sua gangue agirem. É com os seqüestradores que o seqüestrado se identificará pois são pré-adultos – como ele - e fazem o que bem entendem. Dilema: para manter os filhos por perto, os pais tornam-se permissivos e se infantilizam, ou infantilizam os filhos, deixando bem clara a hierarquia, e os afastam. Não há vida boa, nem modo ideal. Em busca não da maturidade, mas da prova de maturidade frente aos olhos dos outros, Cassavetes peca por acessos de bobeira, como é o caso do videoclipe de rap que é exibido ao fundo de uma cena (dirigido por Samuel Bayer, diretor supra-sumo de clipes dos anos 90), revelando sua visão da mídia atual. Os dois métodos de educação se convergirão numa tragédia em comum. À indiferença geral dos pais, soma-se a indiferença das testemunhas, em número sempre crescente. Em ensolarados cenários de catálogos de moda e infindas possibilidades de consumo, reina a apatia. E talvez aqui, acusando o deslumbre vazio, Nick sem querer saia em defesa do cinema do pai. É justamente quando não está tentando se provar que Nick consegue realmente brilhar nesse curioso, ainda que passageiro, filme ritual.
*Cassavetes cede a uma tentação: o lançamento de “Alpha Dog” foi impedido pelos advogados de Jesse James Hollywood, que temiam que o filme influenciasse no julgamento. A seqüência de James Hollywood sendo descoberto em Araruama foi contestada, sendo essa deslocada para o Paraguai. Cassavetes coloca uma versão muzak de “Garota de Ipanema” para sugerir e insistir nos fatos reais. Mas ficou bem ruinzinho. "

airtonshinto said...

ANGÉLICA BITO, do site Cineclick:
"O nome do traficante de drogas juvenil norte-americano Jesse James Hollywood já tem cara de cinema: o sobrenome não pede explicações detalhadas; o primeiro foi inspirado num dos maiores bandidos da história norte-americana. Não demorou muito para que sua história de bandidagem - mais especificamente a que o levou a ser o mais jovem a figurar na lista dos mais procurados pelo FBI - virasse filme. O roteiro de Alpha Dog é baseado nos três dias que marcaram para sempre a história do rapaz e de sua turma de amigos igualmente delinqüentes durante os anos 90.
Além de dirigir este longa-metragem, Nick Cassavetes (Diário de uma Paixão) também assina o texto da trama. Para tal, teve acesso a todos os documentos arquivados pela polícia do condado de Santa Bárbara, na Califórnia, onde os crimes de Hollywood aconteceram. Apesar deste pretenso comprometimento com a história real, Alpha Dog é uma releitura dos fatos. Evidência primordial disso é que os nomes dos envolvidos foram trocados no roteiro: Jesse James Hollywood virou Johnny Truelove (Emile Hirsch). Na década de 90, o jovem traficante de drogas vive numa grande casa na Califórnia, cercado de amigos e belas mulheres. Aparentemente, esse seu estilo de vida de gângster moderno é apoiado pelo pai, Sonny (Bruce Willis). Tudo vai muito bem, entre festas, bebedeiras e muitos dólares faturados, até que o protagonista resolve cobrar o montante que Jake Mazursky (Ben Foster) lhe deve. O jovem, viciado e violento, passa a perseguir Johnny e ameaçar sua vida. Para pressioná-lo, o traficante seqüestra o irmão mais novo de Jake, Zach (Anton Yelchin). Mas, aos quinze anos e criado por uma mãe que o sufoca (vivida por Sharon Stone), ser refém de Johnny e sua turma é como férias para Zach, que curte três dias de festas, a companhia de belas mulheres e a simpatia de Frankie (Justin Timberlake). Mas uma seqüência de acontecimentos faz com que as coisas dêem errado para todos.
Alpha Dog é como um filme de gângsteres juvenis. Sua trilha sonora é embalada pelo rap norte-americano, o que ajuda a ambientar a trama tanto nos anos 90 quanto no clima de crimes. O filme pode encontrar público junto aos jovens freqüentadores das salas de cinema, principalmente os fãs do cantor Justin Timberlake, que não decepciona no novo investimento em sua carreira artística. No entanto, o roteiro é muito mal-amarrado e óbvio; os diálogos são histéricos, especialmente em se tratando da atuação de Ben Foster, exagerada ao extremo. Uma pena, pois, inicialmente, ela parecia ter potencial - um dos poucos demonstrado pelo filme desde o início. As atuações dos atores veteranos presentes no elenco acabam apagadas pela nova geração que protagoniza o filme, mas isso não adianta muito quando a direção e o roteiro são mal-desenvolvidos, assim como os personagens, construídos sob clichês. Por isso, Alpha Dog acaba ficando num incômodo limbo: não se sustenta quando tenta mostrar o estilo de vida dos jovens protagonistas nem quando aborda os crimes e o drama vivido pelos envolvidos.
Os elementos narrativos de Alpha Dog levam o espectador a crer que seu objetivo é ser fiel à história que inspirou o roteiro, desde as entrevistas com os personagens (feitas por um repórter que quer recontar a história do protagonista) até a enumeração das dezenas de testemunhas do crime. No entanto, para uma produção que pretender seu fiel, existe um detalhe em sua conclusão que põe a intenção em risco: diferentemente do acontecido com Johnny Truelove, Hollywood não foi capturado foragido no Paraguai, mas no Brasil, em 2005."

airtonshinto said...

TONY TRAMELL, do site Almanaque Virtual:
"Exibido no encerramento do festival de Sundance do ano passado, Alpha Dog (Alpha Dog, 2006) é baseado nos acontecimentos envolvendo Jesse James Hollywood, a pessoa mais jovem a figurar na lista dos mais procurados pelo FBI. O diretor Nick Cassavetes faz um estudo da natureza humana nessa saga trágica que mostra um traficante fanfarrão perdendo o controle e metendo o pé pelas mãos. Cassavetes consegue manter de forma interessante reconstrução e realidade sem perder a atenção do público, mesmo lidando com protagonistas de pouco apreço.
Alpha Dog se passa no final dos anos 90 e retrata o cotidiano de Johnny Truelove (Emile Hirsch), um traficante californiano, e seus acólitos, que incluem Frankie (Justin Timberlake, numa surpreendente interpretação) e Elvis (Shawn Hatosy). A trama avança quando uma das transações de Johnny não sai como o esperado e ele se vê obrigado a cobrar uma dívida de Jake Mazursky (Ben Foster) e tudo dá errado, especialmente no momento em que Johnny seqüestra o meio-irmão de Jake, para cobrar uma dívida de 1.200 dólares.
Muitas vezes o que se vê na tela é uma juventude perdida e quase dá a impressão de ser uma obra de ficção a não ser o uso de um truque do roteiro, que apresenta um falso documentário com direito a entrevistador. Esse elemento reforça a idéia e garante no final do filme um momento memorável. Outro ponto positivo nessa utilização são as datas dos acontecimentos e os créditos colocados, especialmente, aquele que identifica e numera as muitas testemunhas do caso.
Uma das grandes surpresas de Alpha Dog é Justin Timberlake , o ex-cantorzinho de boy band, que tem uma interpretação primorosa de Frankie, braço-direito de Johnny Truelove, e que é responsável por tomar conta do "garoto roubado", Zach. Ele estabelece uma ligação com Frankie por se mostrar disposto a esperar por uma solução, além de demonstrar sua admiração pelo irmão, ao mesmo tempo, que cria uma cumplicidade ao ir conhecendo Jake - o refém que descobre que existe um novo mundo e quer que ele seja mostrado. O mundo de festas, drogas e belas garotas vai afastando Zach da imagem do garoto perfeito, que ele evita e tenta ser cultivada por sua mãe, Olivia (Sharon Stone, que tem no clímax um depoimento ao entrevistador, numa boa performance). Bruce Willis faz o básico e Olivia Wilde (mais conhecida como a namorada lésbica de Marissa em The O.C. do que por sua atuação em Turistas) faz a sexy Angela, namorada de Johnny. A relação Frankie-Zach é tão fundamental e funciona tão bem que ela se sobrepõe a de Johnny, que deveria ser a locomotiva da história. Outro mérito é a fotografia de Robert Fraisse, especialmente, ao focar um olhar observador naquele mundo de gente nas festas e acontecimentos.
O filme de Nick Cassavetes tem a capacidade de mostrar uma faceta cheia de frescor e pouco vista no cinema americano ao retratar criminosos estúpidos. Johnny Truelove é cheio de pose, mas várias vezes é mostrado hesitando atirar, não por prudência mas por medo. Quando precisa tomar uma decisão importante, ele faz a pior escolha delas. Filmes normalmente retratam mentes brilhantes, que até fazem uma burrada, mas foi preciso uma história real para trazer à tona bandidos idiotas. Independente de serem pessoas reais foi Cassavetes que garantiu essa faceta na película. E isso contribui ainda mais para o resultado do filme."