Thursday, January 31, 2008
OPINIÃO DO CRÍTICO: ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ
"Saiu do clássico O Homem que Matou o Facínora (1962), de John Ford, a frase que define o Velho Oeste: "Entre a verdade e a lenda, publique-se a lenda". Não importa se o personagem de James Stewart matou ou não matou Liberty Valance de verdade - enquanto houver alguém para contar a história, o mito do tiro certeiro viverá. Da mesma forma, quando um pistoleiro entra num saloon, é a imagem que fazem dele, e não sua eventual rapidez no gatilho, que vale mais.
Llewelyn Moss (Josh Brolin, foto à esquerda) tem contra si um Liberty Valance em Onde os Fracos não Têm Vez (No Country for Old Men): Anton Chigurh, o matador interpretado pelo espanhol Javier Bardem no faroeste que devolve a dignidade ao cinema dos irmãos Joel e Ethan Coen. Os tempos são outros, a fronteira empoeirada com o México mudou, mas as lendas permanecem. Ao mesmo tempo em que desconstrói o herói do western, Onde os Fracos não Têm Vez constrói em Anton Chigurh um mito.
O filme abre com a prisão do matador. Entre seus pertences, um cilindro de ar comprimido, que não demora para entendermos como funciona, e para quê. Paralelamente, acompanhamos Llewelyn no descampado texano, caçando cervos. O fato de Llewelyn errar o tiro e não conseguir abater o animal ao mesmo tempo em que Chigurh vara o cérebro de sua vítima sem deixar provas é o primeiro dado que o filme nos dá para evidenciar o abismo que separa os dois personagens. Temos o assassino perfeito versus o errante sujeito sem dons, e o suspense começa quando o primeiro passa a perseguir o segundo.
Há um MacGuffin aí no meio, uma mala com 2 milhões de dólares, mas, como todo MacGuffin, ela vale tudo para os personagens e não significa absolutamente nada para o espectador. O que vale para nós é o embate de Chigurh com Llewelyn, o homem-mito contra o homem-real.
O xerife interpretado por Tommy Lee Jones entra aí como mediador. A ele cabe não apenas hiperbolizar a lenda de Chigurh como manter no chão o mundano Llewelyn. A questão da oralidade é fundamental na construção das lendas de faroeste, e Onde os Fracos não Têm Vez respeita essa lógica - no mais, a oralidade, frequentemente expressa na figura de um narrador, é ponto importante na filmografia dos Coen. Nas cenas na delegacia e no café, o xerife e seu subalterno trocam histórias tão sangrentas e bizarras quanto essa que estamos acompanhando na tela - o que é uma forma de mitificá-la ainda mais.
Que o clímax do filme nos seja apresentado em uma elipse anti-climática (o desfecho do embate visto pelos olhos do xerife) é o ponto máximo da construção da lenda. Para a posteridade ficará somente a versão das testemunhas, como em O Homem que Matou o Facínora.
No mais, há por trás do jogo de versões e perspectivas todo um contexto de época. O filme é uma adaptação do romance homônimo de 2005 do norte-americano Cormac McCarthy, que ambienta a história no Texas de 1980. Não é, vale repetir, o mesmo Velho Oeste dos colonizadores. James Stewart representava em 1962 a vitória do civilizador sobre o selvagem - o tema da superação do homem sobre o ambiente, enfim, que percorre todo o faroeste em seu período clássico. Já Onde os Fracos não Têm Vez é a desconstrução niilista do herói mítico porque hoje a civilização perdeu, os heróis perderam, o ambiente venceu.
Boa sorte a Llewelyn Moss contra o seu Liberty Valance."
Notas do editor sobre a Opinião do Crítico:
1) O Homem Que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance, 1962), de John Ford, é um faroeste que se inicia com a visita do senador Ranson Stoddard (James Stewart), a Shinbone, no Velho Oeste, para o funeral de Tom Doniphon (John Wayne), um vaqueiro do qual era muito amigo. Entrevistado por um repórter, Stoddard conta a história (em flashback) de como sua fama de justiceiro se iniciou, anos atrás. Em flashback, acompanhamos a chegada do então advogado recém-formado Stoddard a uma pequena cidade do “Velho Oeste”. Sua carruagem é assaltada e ele é espancado. Stoddard jura então colocar seu algoz, o líder dos ladrões, Liberty Valance, (Lee Marvin), atrás das grades, atitude impensável na “terra sem lei”. Sua cruzada pela justiça o leva até a pequena cidade de Shinbone, onde conhece o cowboy "ao estilo clássico" Tom Doniphon (JohnWayne) e a garçonete Hallie (Vera Miles), por quem se interessa. No duelo final entre Stoddard e Valance, na verdade quem acerta o tiro que mata o bandido é Doniphon, escondido atrás de uma casa. O tiro dado pelo advogado, que não tinha nenhuma prática neste assunto, errou o alvo. Mas foi ele quem levou toda a fama e se elegeu senador. Doniphon, por sua vez, caiu na obscuridade e perdeu para Stoddard o coração de Hallie, por quem também era apaixonado. Ao saber que a carreira política de Stoddard começou com uma farsa, o repórter menciona a célebre frase “when the legend becomes fact, print the legend”.
2) MacGuffin é um termo popularizado por Alfred Hitchcock que serve para denominar de um modo geral objetos ou situações criadas no enredo de um filme para prender a atenção do espectador e motivar a situação principal, mas que na realidade são irrelevantes para o conjunto da história. O MacGuffin em geral é de suma importância para os personagens, os colocam no centro da trama principal e depois passam para um plano secundário até perder completamente a importância para o espectador.
Maletas cheias de dinheiro são MacGuffins bastante utilizados. Elas são cobiçadas e disputadas mas normalmente o que interessa ao diretor é transportar as personagens para o cenário da trama principal, como aconteceu em Psicose, por exemplo.
Monday, January 28, 2008
RATATOUILLE
(EUA, 2007)
Animação
Direção: Brad Bird e Jan Pinkava
Roteiro de Brad Bird, baseado em estória de Brad Bird, Jim Capobianco e Jan Pinkawa. Música: Michael Giacchino. Vozes na Versão Original de Patton Oswalt (Remy), Janeane Garafalo (Colette), Brad Garrett (Auguste Gusteau), John Ratzenberger (Mustafa), Ian Holm (Skinner), Lou Romano (Linguini), Brian Dennehy (Django), Peter Sohn (Emile), Peter O´Toole (Anton Ego).
Sinopse:
Em Paris, com vista privilegiada para a torre Eiffel, está localizado o Gusteau´s, um dos mais refinados e sofisticados restaurantes do mundo, conhecido pelas receitas e técnicas divulgadas pelo Chef Auguste Gusteau, que além de comandar com criatividade os "bastidores" de seu restaurante também apresenta um popular programa de TV no canal de culinária e é o autor do livro "Tout Le Monde Peut Cuisinere" (Qualquer Um Pode Cozinhar).
Subindo o rio Sena e seus afluentes alguns quilômetros acima chegamos a um pacato vilarejo do interior da França, onde fica o casebre de uma velhinha solitária e aparentemente inofensiva.
É no forro do teto do casebre da velhinha que moram Remy, sua família e toda uma numerosa colônia de ratos do campo, reviradores de lixo.
Remy tem um dom especial: seu paladar e olfato são altamente apurados. Remy é fã de Auguste Gusteau e não perde seu programa de TV no aparelho da velhinha que tira um cochilo sentada no sofá todas as tardes na hora das receitas. Já o pai de Remy resolve aproveitar o talento de Remy por uma "causa nobre", transformando o filho no Detector de Venenos da Colônia. Todo alimento encontrado, antes de ser ingerido, deve antes ser aprovado por Remy.
Pela TV, Remy fica sabando do falecimento de Auguste Gusteau, que morreu de desgosto após receber uma crítica tão negativa do temido crítico gastronômico Anton Ego que rebaixou seu restaurante a um "4 Estrelas".
Certo dia, ao procurar açafrão para temperar seu churrasco de cogumelo feito no pára-raio Remy e seu irmão Emile acabam despertando a velhinha inofensiva de seu sono profundo e ela mostra-se não tão inofensiva assim, disparando tiros de espingarda para todo lado quando descobre a colônia de ratos que havia em sua casa.
Desabrigados, os ratos fogem entrando nos subterrâneos da França e acabam chegando em Paris. Remy, que se perde do restante da colônia, chega aos esgotos do restaurante Gusteau´s, agora sob o comando do Chef Skinner.
Remy terá a oportunidade de sua vida quando tentará ajudar Linguini, um desajeitado funcionário novato do restaurante a aprender os segredos da alta cozinha francesa.
Data de estréia: 06/07/2007.
Bastidores: Indicado ao Oscar 2008 nas categorias Melhor Filme de Animação, Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som.
Opiniões dos Críticos:
TATIANA MONASSA, do site Contracampo:
"Remy é um rato desajustado com sua condição, um ser que não se contenta com o que o cerca e precisa buscar o novo, criar, ir além. Seu dom do olfato e paladar apurados torna-o um amante da culinária e um cozinheiro em potencial -aprisionado “socialmente” na posição de um animal anti-higiênico, repulsivo e condenado à margem (aos meio-fios, esgotos e cantos putrefatos). Impulsionado pelo lema do chef Gusteau (“Qualquer um pode cozinhar”), ele toma coragem para adentrar o mundo dos humanos e ter acesso ao que seria “por natureza” proibido para ele.
Oposta à de Anton Ego, o crítico culinário elitista, severo e orgulhoso, a figura de Gusteau se encontra dividida entre o oportunista que busca o lucro fácil e o gênio de bom coração, encorajador de novos talentos. No presente da narrativa, no entanto, ela existe apenas como a do conselheiro espiritual (para reafirmar sempre que qualquer um pode ser o quiser), fruto da imaginação de Remy. Pois é a ingenuidade do desejo não-maculado do obstinado ratinho que impulsiona o filme.
Partindo do princípio da fábula, de conferir humanidade aos animais para encenar uma moral, Ratatouille centra-se numa constatação primeira: os animais e os humanos coexistem (nem sempre pacificamente) em suas diferenças radicais. Este mundo, no qual a harmonia e a igualdade não são valores fundadores e as nuances imperam, é habitado por personagens cuja “função” na narrativa é graciosamente sublimada por suas personalidades. E, para além de um tradicional antagonismo (ou companheirismo, na moeda oposta), as relações entre eles são movidas por sonhos, ambições e interesses, que delineiam seu perfil psicológico e motivam suas ações. Desta forma, não existem “derrotas” e “vitórias” claras, mas mudanças de percepção.
Em determinado momento, Remy nega os empecilhos ao seu projeto inusitado de vida e afirma: “mas a Natureza é mudança”. Trata-se para ele de romper barreiras para a auto-realização e enfrentar o status quo por algo em que acredita. Remy espanta-se com a violência humana (e todos os seus apetrechos de morte, como ratoeiras e venenos), mas ainda assim teima com o pai, recusando que os homens sejam todos inimigos confessos dos ratos. Colocando-se perigosamente em um não-lugar – não é humano, contudo refuta a vida na colônia familiar e renuncia aos hábitos de sua espécie –, ele instala-se, pois, numa instabilidade assumida, como testemunham as tensas seqüências de perseguição (nas quais podemos perceber a respiração ofegante de desespero do bichinho).
Se os homens não entendem o grunhido dos ratos e apenas aqueles ratos que se abrirem podem aprender a língua dos homens, não haveria de fato por que acreditar na boa convivência generalizada entre os diferentes. Mas Remy tem como lema arriscar. E, como valores, seguir em frente, apostar na possibilidade de ser surpreendido pelo outro e confiar na capacidade de troca, de compreensão e de alargamento de fronteiras. No decorrer do filme, o desempenho do ratinho como protagonista dessa fábula sobre a liberdade de si e a tolerância mútua, ganha ares didáticos, aqui e ali. No entanto, o carisma com que Remy assume cada “discurso” não nos deixa enganar: o filme abraça sua causa frontalmente e sem pudores. E quem poderia reclamar de tal libelo à liberdade?
Há nas animações da Pixar, nos longas em especial, o charme irresistível de lidar concretamente com questões humanas a partir de abstrações suscitadas pelo exercício da fantasia. Ratatouille vem como a memória da infância evocada sensorialmente no crítico culinário Ego ao provar o prato preparado por Remy: arrebata de imediato, afetivamente, pela simplicidade e rechaça julgamentos sóbrios e distanciados, fazendo balançar qualquer resistência à adesão. Neste movimento, as intrigas possíveis (o desentendimento entre Remy e seu quase-marionete Linguini ou o necessário sigilo sobre o inaudito de um rato cozinheiro) não se aprofundam e o filme segue, doce e complacente com os dramas pessoais, que deverão encontrar sua superação, levando a bravas conquistas vida afora."
FILIPE FURTADO, da Revista Paisà:
"Não há forma mais industrial de cinema do que a animação, que envolve uma linha de produção muito mais ampla e por conseqüência uma dificuldade maior de controlar. Logo, com raras exceções (Myazaki, Avery) pouco pensamos em animação em termos de autor; por isso é surpreendente como Brad Bird, surgindo em meio a grande produção de animação americana (e dentro do seu principal celeiro, a Pixar), se afirmou como figura de ponta nesse cenário. Todos os três longas de Bird (além deste Ratatouille, ele é responsável por Os Incríveis e pelo ótimo, mas pouco visto, O Gigante de Ferro) são grandes espetáculos infantis, ao mesmo tempo populares e construídos com um certo cuidado e um toque particular que os separam do resto da produção, incluindo os demais filmes da Pixar. No que cabe à animação infantil para as massas, os únicos genuínos rivais de Bird hoje são Myazaki e Nick Park.
Ratatouille se difere de outros filmes de Brad Bird por não ter sido um projeto iniciado pelo cineasta, mas que ele herdou já com o seu desenvolvimento bastante adiantado, o que torna impressionante como o filme afirma o toque de Bird, inclusive tornando tudo uma bela alegoria afirmativa sobre o fazer cinematográfico, onde as crenças do cineasta são reafirmadas. Ratatouille também é único quando pensamos que se trata de um blockbuster que faz isso através de um viés nada típico. Primeiro, o filme é sobre a alta cozinha francesa, e não apenas isso, mas também um filme onde a única imagem mais assustadora para seu ratinho protagonista do que a de uma vitrine cheia de ratos mortos por ratoeiras, é o prospecto de passar o resto da vida criando linhas de fast food (o mesmo fast food onde afinal a Pixar e sua maior rival Dreamworks geralmente estabelecem parcerias a cada novo filme). É também um filme cujo prazer da criação é celebrado numa extensão rara, com especial destaque para a importância da figura criativa que conduz o processo. Ainda mais incomum: trata-se de uma superprodução sobre o processo criativo em que a moral final é dada por um crítico (cuja caracterização parece uma resposta a A Dama na Água, de M Night Shyamalan, um filme que lida com alguns dos mesmos temas de Ratatouille com resultados bem menos expressivos). A seqüência em que Anton Ego (num belo trabalho de voz de Peter O'Toole) escreve a crítica no final é um dos momentos mais bonitos do filme, ao mesmo tempo óbvio e inesperado e diz muito sobre o olhar de Bird que ele reescreva o ditado populista e bem Disney do guru culinário do ratinho (“qualquer um pode cozinhar”), para algo como nem todo mundo pode produzir grande arte, mas grande arte pode vir de qualquer lugar, que consegue ser ao mesmo tempo duro e profundamente generoso.
Poderíamos passar um texto inteiro afirmando as virtudes dos temas de Ratatouille, mas isto seria perder o que torna este filme especial. Porque a arte de Bird se afirma nos detalhes, na maneira como ele consegue incluir injeções de inesperado no seu filme. Ratatouille afinal é um filme sobre um ratinho que se recusa a simplesmente limpar os ratos e antropomorfizá-los por completo, há algo do nojo dos ratos que persiste no meio desta animação Disney: a imagem de um mar de ratos desfilando por uma cozinha ao mesmo tempo é deliciosamente divertida e algo incômoda. Ou a maneira que o filme investe na sua longa duração, ou ainda nas dificuldades de comunicação entre os personagens. O final, onde Bird opta por não apagar na fábula as implicações mais complexas da situação fantástica dos seus personagens, é só a última afirmação do toque de seu autor. "
AMERICAN SOCIETY OF CINEMATOGRAPHERS (II)
Robert Elswit concorreu ao Oscar em 2006 por seu trabalho em Boa Noite e Boa Sorte e em 2008 está novamente entre os finalistas na categoria Melhor Fotografia.
Sunday, January 27, 2008
SAG AWARDS (II)
MELHOR ELENCO: Onde os Fracos Não Têm Vez
Woody Harrelson, G. Dillahunt, Josh Brolin, Tess Harper, Javier Bardem e Tommy Lee Jones receberam as estatuetas do SAG na categoria Melhor Elenco pelo filme Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men)
MELHOR ATOR: Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
Daniel Michael Blake Day-Lewis nasceu numa família ligada à arte. O pai, Cecil Day-Lewis, era poeta. O avô materno, Michael Balcon, um cineasta reconhecido. Não foi grande surpresa então que ele se tornasse ator e a irmã, documentarista. Seu filme de estréia foi Domingo Sangrento (1971), numa aparição sem créditos. Até 1982, quando atuou em Gandhi, fez trabalhos na TV britânica e no teatro.
O primeiro trabalho de destaque de Daniel Day-Lewis na telona foi The Bounty, em 1984, seguido de Minha Adorável Lavadeira e Uma Janela para o Amor, despertando interesse na mídia especializada norte-americana. Nos anos seguintes, atuou em longas como O Último dos Moicanos, A Época da Inocência, As Bruxas de Salem, O Lutador, Gangues de Nova Iorque e Sangue Negro. O astro também frequentemente participa de montagens para o teatro.
No discurso de agradecimento, Day-Lewis homenageou o australiano Heath Ledger, seu colega de profissão, falecido recentemente aos 28 anos.
MELHOR ATRIZ: Julie Christie (Longe Dela)
Criada na plantação de chá do pai na Índia, Julie Christie conheceu a Europa na adolescência, quando foi estudar na Inglaterra. Fascinada com o continente, sua liberdade e com a boemia, passou por Paris e ficou encantada com a idéia de se tornar uma atriz. A estréia na carreira ocorreu em 1961 numa produção para a TV. Sua carreira só tomou corpo, porém, quando ela trabalhou ao lado de John Schlesinger em Billy Liar (1963) e Darling - A que Amou Demais (1965).
O grande destaque de seu início de carreira veio com Doutor Jivago (1965). Entre seus trabalhos de destaque estão ainda Petúlia - Um Demônio de Mulher, O Mensageiro, O Céu Pode Esperar, Miss Mary, Coração de Dragão, Em Busca da Terra do Nunca, Longe Dela e muito mais. Al Pacino classificou a estrela como "a mais poética das atrizes".
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Javier Barden (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Javier Ángel Encinas Bardem (Las Palmas de Gran Canaria, 1 de Março de 1969) jogou rugby na seleção espanhola e estudou pintura, antes de se decidir pela carreira cinematográfica. Por sua atuação em Antes de anoitecer, em que viveu o papel do poeta cubano Reynaldo Arenas, discriminado e perseguido por ser homossexual, se tornou o primeiro espanhol indicado ao Oscar de melhor ator.
Em 2008 está na disputa pelo Oscar de coadjuvante, e com a vitória no SAG pode se dizer que ele é o favorito.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Ruby Dee (O Gângster)
Nascida em Cleveland em 1924, Ruby Dee já entrou como surpresa entre as finalistas do Oscar, deixando Catherine Keener (Na Natureza Selvagem), finalista do SAG Awards, fora da disputa. Ao ganhar o prêmio do Sindicato, Ruby Dee embola ainda mais a disputa pela estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante, já que até então Cate Blanchett (I'm Not There) e Amy Ryan (Medo da Verdade) eram as favoritas, com alguma chance para Tilda Swinton (Conduta de Risco), enquanto Ruby Dee e Saoirse Ronan (Desejo e Reparação) eram zebras.
Ruby Dee interpreta Mama Lucas, a mãe do chefão do narcotráfico Frank Lucas (Denzel Washington) em O Gângter.
DGA AWARDS
Ethan e Joel Coen foram considerados os Melhores Diretores de Cinema de 2007 pelo Directors Guild of America, o Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos.
Ethan e Joel, que também disputam o Oscar nesta categoria pelo filme Onde os Fracos Não Têm Vez, receberam o prêmio de ninguém menos que Martin Scorsese, vencedor do DGA Awards em 2007 pelo filme Os Infiltrados e indicado outras seis vezes a este prêmio, por Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, A Época da Inocência, Gangues de Nova York e O Aviador. Nada mal este Scorsese, não é mesmo?
DESEJO E REPARAÇÃO
Direção: Joe Wright
Roteiro de Ian McEwan e Christopher Hampton. Elenco: Keira Knightley (Cecilia Tallis), James McAvoy (Robbie Turner), Romola Garai (Briony Tallis - 18 anos), Saoirse Ronan (Briony Tallis - 13 anos), Vanessa Redgrave (Briony Tallis - idosa), Brenda Blethyn (Grace Turner), Juno Temple (Lola), Alfie Allen (Danny Hardman), Nonso Anozie (Frank Mace), Benedict Cumberbatch (Paul Marshall), Michelle Duncan (Fiona), Daniel Mays (Tommy Nettle), Gina McKee (Enfermeira Drummond), Jérémie Renier (Luc Cornet), Charlie von Simson (Jackson), Felix von Simson (Pierrot), Harriet Walker (Emily Tallis), Ben Harcourt (Jackson - 13 anos), Jack Harcourt (Pierrot - 13 anos)
Sinopse: Inglaterra, 1935.
Filha caçula de uma família aristocrática, Briony Tallis tinha treze anos e já demonstrava uma imaginação fértil e disposição para datilografar, o que a tornava uma promissora escritora. Naqueles dias Briony dedicava-se a uma peça teatral intitulada "Anabella em Apuros", que ela pretendia encenar no dia da visita de seu irmão, Leon, à residência de campo da família.
No dia dos ensaios, no entanto, os gêmeos Pierrot e Jackson e a prima Lola, que seriam os integrantes do elenco, rebelam-se por causa do calor e decidem ir brincar na piscina, deixando Briony sozinha.
Aborrecida com a infantilidade dos primos, Briony observa uma abelha tentando entrar pelo janelão de vidro da sala e acaba reparando, mais no fundo, perto do chafariz, na presença de Cecília, sua irmã mais velha, e Robbie Turner, o filho da governanta, num momento de certa intimidade. Na verdade Briony não entendeu direito o que viu, mas a cena já disparou na sua cabecinha de imaginação fértil e não tão inocente quando se poderia supôr muitas e perigosas sementinhas de pensamento.
Esse é o primeiro de uma série de incidentes que terminam por levar Robbie a ser preso após ser acusado por Briony de molestar sexualmente a prima dela, Lola.
Quatro anos após ser preso, Robbie está no Norte da França na frente de combate ao lado das tropas aliadas. Robbie e Cecília, agora enfermeira-chefe de um hospital militar, trocam correspondências e sonham em um dia se encontrar numa velha cabana branca nas margens de um lago plácido.
Briony levaria por anos na sua consciência um pesado fardo de culpa por ter um dia separado Robbie e Cecília.
Bastidores: Desejo e Reparação foi indicado ao Oscar 2008 nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Saoirse Ronan), Melhor Roteiro Adaptado (Christopher Hampton), Melhor Fotografia (Seamus McGarvey), Melhor Figurino (Jacqueline Durran) e Melhor Trilha Sonora (Dario Marianelli).
Opiniões dos Críticos:
DIEGO BENEVIDES, do site Cinema com Rapadura:
"(...)É bizarro ter que descrever impressões de “Desejo e Reparação” que apenas podem ser sentidas. O filme consegue ser uma mistura de espetáculo visual proporcionado pelo diretor Joe Wright com a narrativa arrebatadora do roteiro. É uma produção que não tem medo de se expor e de provocar. A primeira parte da história é marcada pela leveza do romance, até este ser atrapalhado pela obsessão de Briony. Os personagens são bem justificados e colocados em situações que geram interesse do espectador. Quando a guerra chega, o filme não decai do objetivo principal, que é o romance impedido entre os protagonistas. É possível ver a guerra, as conseqüências dela, sem deixar de humanizar os soldados que estão no conflito, mas que possuem coisas bem mais importantes fora dali. Na terceira parte, a Reparação, somos alvo da crueldade das ironias da vida, e compactuamos o arrependimento e as tentativas de Briony reparar o que fez.
Em todos os momentos, Joe Wright é espetacular. Após o debut com o razoável e sonolento “Orgulho e Preconceito”, o diretor é ousado desde o início. Ele sabe muito bem o que retirar de cada situação, sem perder o crescimento de seus personagens. Wright parece fotografar todos os momentos em cena como uma relíquia, dando significado a olhares intensos ou desejos íntimos dos personagens. Quando vai para a guerra, ele ensina cinema ao compor um plano de mais de cinco minutos sem um único corte, com muitos figurantes em harmonia e que registra as conseqüências de uma guerra para quem estava envolvida nela. Quando precisa fazer o desfecho do filme, Wright tira o fôlego com a tristeza dos personagens e com a palidez de suas atitudes. Como se não bastasse a mão abençoada com que agarrou o projeto, ele ainda tem na cabeça todas as formas de como o filme seria montado, ciente das idas e vindas da história, da montagem impecável e da sonorização ímpar.
A equipe técnica não falha um momento sequer. A trilha sonora composta por Dario Marianelli mescla tensão, paixão e traição em diversos momentos. Os instrumentais são tão bem ajustados que poderia tirar a atenção da trama, mas Wright só permite isso quando é a intenção. Na maior parte da história, vemos uma harmonia incrível da trilha sonora e das captações de som ambiente com a fotografia impecável de Seamus McGarvey. Por mais que em algum momento haja excesso, a capacidade em criar um resultado final indiscutível faz de “Desejo e Reparação” uma obra altamente competente.
O trabalho com o elenco é outra responsabilidade com que Wright se ateve. A intimidade que conquistou com Keira Knightley, que também protagonizou “Orgulho e Preconceito”, fez com que a atriz conseguisse um resultado um pouco mais maduro do que no filme anterior. Ainda não sendo uma atuação excepcional, ela se mostra espontânea e sarcástica, além de retratar bem o que o amor perdido fez com ela. James McAvoy certamente despontará sua carreira, já que mostra uma versatilidade incrível, indo desde o apaixonado Robbie, ao Robbie destruído. Entretanto, o maior destaque fica com as três intérpretes de Briony.
A primeira, Saoirse Ronan, constrói a personagem no primeiro ato, fundamental para que as conseqüências de sua paixão doentia sejam demonstradas. Ronan é de uma expressividade incrível, sem deixar a inocência de lado. Mesmo assim ela adere uma crueldade em potencial, talvez por ser jovem ou talvez por cada um ter seu lado maligno dentro. Romola Garai assume o papel aos 18 anos e o mantém com graciosidade. Neste momento, vemos o paradoxo das duas fases de Briony, agora como estagiária em enfermagem que precisa lidar com os feridos da guerra. Em um determinado momento, Briony se desespera com os feridos e Wright faz questão de mostrar o quanto aquilo a abala. É como se ela sentisse não só a culpa de ter destruído o relacionamento da irmã e mandado Robbie para a guerra, mas como se ela tivesse causado a própria guerra. A terceira é interpretada pela experiente Vanessa Redgrave, que tem pouco tempo em cena, mas é responsável pelo mais intenso momento do roteiro. (...)."
RODRIGO CARREIRO, Cine Reporter:
"(...) Para começo de conversa, “Desejo e Reparação” é um brinco cinematográfico. A estética, por si só, já seria suficiente para valer uma conferida atenta. Mas a beleza cinematográfica da direção de arte, dos figurinos, da fotografia e da música não é gratuita. Serve à narrativa, como acontece nos melhores filmes. Tome como exemplo o fantástico plano-seqüência de cinco minutos que divide o filme em dois. A tomada sem cortes mostra Robbie (James McAvoy, excelente), um dos personagens principais, cruzando a praia francesa onde as forças britânicas acabam de desembarcar, num momento crítico da Segunda Guerra Mundial (1940). Ele é um soldado que não deseja estar ali. Enquanto cobre uma distância de uns 300 metros, Robbie passa por um coral de militares que entoa uma canção de esperança.
De repente, a leve melodia que compõe a trilha sonora e acompanha a trajetória do personagem, ao fundo, se eleva e une ao coro dos soldados. As músicas se fundem por alguns instantes, até que Robbie siga o seu caminho. A edição de som complementa o prodígio do trabalho de câmera. Espectadores desatentos podem achar que o plano-seqüência é gratuito, um malabarismo inútil feito para ganhar prêmios. Mas se a cena fosse decupada da forma tradicional, com cortes a cada cinco ou seis segundos, a platéia seria privada de compreender a extensão da paixão que Robbie nutre por Cee (Knighley, boa). Sim, porque o jovem soldado encara no passeio horrores inomináveis – mortos, feridos, bêbados de prazer e medo, destruição por todo lado – sem prestar a mínima atenção. Os horrores da guerra não se comparam ao tumulto interior, ao caos que está dentro dele. A impossibilidade da paixão dói muito mais em Robbie do que a guerra. O plano-seqüência exprime visualmente este conceito.(...)
A fotografia de Seamus McGarvey é excepcional, e não apenas por causa do já citado plano-seqüência. Observe como o fotógrafo manipula com firmeza e sabedoria as múltiplas fontes de luz natural nas tomadas interiores, usando inclusive a luz de vela (sempre complicada de fotografar) para conseguir um efeito que é ao mesmo tempo romântico e misterioso. Há uma cena noturna, externa, também fotografada de maneira magistral. Claro que ele tem a ajuda de uma direção de arte suntuosa, e de belos figurinos – o vestido verde utilizado por Keira Knightley na cena-chave não apenas renega um chavão do uso de cores em cinema (o vermelho como a cor da sedução), mas também realça o turbilhão de emoções da personagem, ao colocá-la claramente num patamar emocional diferente de todos os demais que fazem parte da cena.
A trilha sonora de Dario Marianelli também tem muito pontos positivos, pois utiliza de forma criativa ruídos naturais para dar um toque original à percussão. O uso constante do som de teclas de uma máquina de escrever, dando ritmo à melodia, também serve à narrativa – é uma pista da surpreendente guinada radical que a história dá no terceiro ato, que finalmente esclarece o grande tema do filme: a culpa, e a tentativa de usar o poder da arte para, de alguma forma, tentar reparar erros cometidos no passado. Joe Wright cria uma tensão ambivalente entre ficção e realidade para abordar este tema, que já havia sido magnificamente explorado pela linda imagem silenciosa do soldado amargurado no cinema, tornando insignificante pela gigantesca imagem do beijo apaixonado de uma projeção do filme “Cais das Sombras”, de Marcel Carné (1938).
É provável que os espectadores mais tradicionais se decepcionem com o final metalingüístico de “Desejo e Reparação”, mas é exatamente este final, original e surpreendente, que faz o filme crescer silenciosamente na cabeça de quem o viu. Até porque o segundo ato, que deixa de lado o terceiro vértice do triângulo amoroso para se concentrar na paixão frustrada de Robbie e Cee, havia antes diluído o tema principal, adicionando um punhado de melodrama banal na receita e se afastando do estudo sobre a culpa que é o romance de Ian McEwan. Tivesse conseguido impor mais distância ao clichê do romance impossível em tempo de guerra (história que Hollywood adora desde “Casablanca”), Joe Wright teria feito um filme perfeito. "
Saturday, January 26, 2008
SAG AWARDS
O Screen Actors Guild Awards, entregue na cerimônia que será realizada no domingo (27.01.08) é o prêmio concedido pelo Sindicato dos Atores desde 1995 aos melhores atores e atrizes do ano no cinema e na televisão.
A tabela comparativa entre os resultados de Melhor Ator e Atriz do Oscar de 2000 a 2007 mostra que nos últimos três anos houve coincidências entre as duas premiações. Mas nem sempre foi assim...
Friday, January 25, 2008
CONDUTA DE RISCO
Direção: Tony Gilroy
Roteiro de Tony Gilroy. Música de James Newton Howard. Fotografia de Robert Elswit. Elenco: George Clooney (Michael Clayton), Tom Wilkinson (Arthur Edens), Sydney Pollack (Marty Bach), Michael O'Keefe (Barry Grissom), Tilda Swinton (Karen Crowder), Dennis O'Hare (Sr. Greer), Julie White (Sra. Greer), Austin Williams (Henry Clayton), Jennifer Van Dyck (Ivy), Frank Wood (Gerald), Bill Raymond (Gabe Zabel), Sharon Washington (Pam)
Tony Gilroy, diretor e roteirista de Conduta de Risco.
Sinopse: A Kenner, Bach & Ledeen, com sede em Nova York, é uma das maiores firmas de advocacia dos Estados Unidos. Entre suas "estrelas" está Michael Clayton, que ganhou fama de "milagreiro" por solucionar crises envolvendo figurões e grandes empresas do mundo corporativo. Michael não gosta dessa fama. Ele prefere ser visto como "faxineiro", já que na profissão dele, "quanto menor é a sujeira, mais fácil é de limpar". Tendo trabalhado anteriormente como promotor de justiça e vindo de uma família de policiais, Clayton trabalha há 17 anos na Kenner, Bach & Ledeen e é uma referência para os colegas de firma.
Clayton vive um momento delicado de sua vida pessoal. Há alguns anos tentou abrir um negócio próprio, mas fracassou e encheu-se de dívidas, que só aumentaram com seu envolvimento com jogos de pôquer, no qual é viciado. Ele espera uma oportunidade para pedir um adiantamento de US$ 80 mil para seu chefe, Marty Bach.
Ao mesmo tempo, Arthur Edens, outro advogado da Kenner, Bach & Ledeen, encarregado de livrar a indústria química U/North de um processo coletivo movido por milhares de famílias que utilizaram um herbicida com substâncias cancerígenas, comove-se com a causa das vítimas de seu cliente e tem um "surto de lucidez" ou "crise de consciência", causando muitos transtornos especialmente para Karen Crowder, a advogada da U/North, que tem a difícil missão de "abafar o caso".
Inescrupulosa, Karen usa grampos telefônicos, escutas, vigias em tempo integral e todos os recursos disponíveis para não fracassar em sua missão. Michael Clayton é convocado por Marty Bach para ficar "na cola" de Arthur Edens, que para todos os efeitos teria "enlouquecido" e assim evitar uma crise entre a firma de advogados e seu cliente.
Mas Michael começa a desconfiar que Arthur não estava louco, e passa a correr riscos quando descobre um dossiê secreto se torna uma ameaça aos interesses da U/North.
Bastidores: Conduta de Risco foi indicado ao Oscar 2008 nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção (Tony Gilroy), Melhor Ator (George Clooney), Melhor Ator Coadjuvante (Tom Wilkinson), Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton), Melhor Roteiro Original (Tony Gilroy) e Melhor Trilha Sonora (James Newton-Howard)
Opiniões da Crítica:
ALYSSON OLIVEIRA, do site Cineweb:
"(...) Como já fizera com o protagonista da trilogia Bourne, Gilroy coloca o personagem central questionando a si mesmo, sua personalidade e seus métodos, o que, eventualmente, leva-o a uma grande crise moral. Se no final, o filme parece render-se às fórmulas habituais em Hollywood, a jornada até chegar lá é sombria e assustadora, e isso é o que vale."
ÉRICO BORGO, do site Omelete:
"(...)Trata-se de uma história sobre ética profissional e social - e a linha que não deveria separar as duas -, cuidadosamente elaborada pelo talentoso roteirista Tony Gilroy, em seu primeiro trabalho também como diretor. Ele já havia provado ser ótimo escritor de diálogos (O Advogado do Diabo) e de personagens e suspense (trilogia Bourne), mas aqui simplesmente atinge um equilíbrio digno dos grandes thrillers políticos setentistas. A tagarelice (é um filme de advogados, afinal) é constante e variada. Ele escreve com a mesma competência os ácidos comentários de uma mesa de pôquer, conselhos paternos e verborragias jurídicas. Do outro lado, a tensão não dá trégua e o único grande respiro do filme, o metafórico momento em que Michael sai do carro no campo, dura apenas o suficiente...
Gilroy acerta também na seleção fortíssima de elenco (não dá pra errar com Clooney, Wilkinson, Tilda Swinton e Sydney Pollack); na confiança na direção de fotografia inspirada e atmosférica, mas sem excessos, de Robert Elswit (também de Syriana, Boa Noite Boa Sorte e Magnolia); e ao optar pela montagem de seu próprio filme, algo que faz de maneira não-linear, com grandes blocos de flashbacks e apresentações desencontradas de personagens. Leva um tempo para que entendamos todos os jogadores em campo, mas quando eles, bem como suas posições, são revelados, a partida vira clássico. (...)"
PABLO VILLAÇA, do site Cinema em Cena:
"(...) Mas o mais fascinante com relação ao protagonista é perceber como este não tem qualquer ilusão sobre a própria natureza: ao conversar com a personagem de Tilda Swinton no terceiro ato da projeção, por exemplo, ele manifesta com clareza a opinião negativa que tem de si mesmo – e é por isto que soa tão convincente; ele pode agir de forma nobre, mas sabe que, no fundo, é um indivíduo egoísta que valoriza excessivamente o dinheiro. Esta ambigüidade do personagem e seus esforços para lutar contra a própria natureza, aliás, se manifestam de forma brilhante na fotografia concebida por Robert Elswit (parceiro habitual de Paul Thomas Anderson), que mantém o rosto de Clooney parcialmente mergulhado em sombras durante a maior parte do tempo, iluminando-o com maior suavidade apenas nas cenas em que ele se encontra com a família e no momento em que ele contempla, emocionado, três cavalos em uma colina durante o amanhecer (uma imagem que, refletindo outra vista em um livro indicado por seu filho e copiada por Arthur, parece alertá-lo sobre tudo aquilo que está sacrificando com seu individualismo).
Enquanto isso, Tom Wilkinson retrata com sensibilidade o instável Arthur, conseguindo demonstrar a inteligência aguda do advogado mesmo em meio à sua clara perturbação psíquica, ao passo que Sydney Pollack compõe o poderoso Marty Bach como um homem ambicioso que, apesar de saber ser impiedoso quando julga necessário, demonstra ter um lado mais humano ao manifestar sua culpa por sentir alívio com relação ao destino de determinado personagem. Porém, o destaque no elenco secundário fica mesmo por conta de Tilda Swinton, cuja personagem é o retrato perfeito de alguém que, movido por um sentimento desmedido de fidelidade à corporação que administra, perde gradualmente a noção exata das conseqüências de suas atitudes. Buscando sempre se mostrar preparada diante dos outros (algo ilustrado por seu hábito de ensaiar o que dirá em público), Karen não é uma criatura particularmente fria – como podemos ver pelo suor abundante em um momento de nervosismo claro -, mas age como se fosse: e a conversa cifrada que tem com um “capanga” (na falta de termo melhor), em determinado instante, assusta por sua tentativa de levar o sujeito a sugerir uma medida drástica sem que ela tenha que dizer as palavras em voz alta.
Atriz incrivelmente talentosa, Swinton brilha especialmente ao retratar os poucos instantes em que sua personagem é surpreendida pelos acontecimentos: a leve contração de sua sobrancelha direita ao conversar com Clayton no terceiro ato, por exemplo, revela seu esforço para pensar sob pressão enquanto constata a seriedade do que está sendo dito – e é justamente a verossimilhança que confere a Karen que torna as ações da executiva tão chocantes: afinal, o que ela está defendendo? Apenas o próprio emprego ou a “família” representada por sua empresa? Vale dizer que esta é uma pergunta que parece ser tão importante para o roteiro de Tony Gilroy quanto a trama em si, já que, de certo modo, Conduta de Risco não deixa de ser um ótimo estudo de personagens.
Estreando na direção, aliás, Gilroy demonstra segurança invejável na condução da narrativa e na concepção estética do filme, que investe numa fotografia freqüentemente escura – um tom refletido também na trilha econômica composta por James Newton Howard. Igualmente admirável, também, é a decisão de Gilroy em encenar um assassinato em um plano-seqüência de mais de dois minutos de duração, o que serve para salientar a frieza e a segurança dos criminosos, além, é claro, da fragilidade da vida humana, que pode ser encerrada de um momento para outro. Finalmente, o simbolismo contido no plano em que Clayton é visto segurando dois envelopes (um branco e outro vermelho) é memorável por sua sutileza – algo pouco comum em filmes do gênero.
Dito isso, confesso que fiquei decepcionado com o desfecho da trama, já que o impacto provocado pelo discurso repleto de cinismo de Clayton é diminuído em função da revelação que o segue – e eu teria saído do cinema infinitamente mais satisfeito caso o filme se revelasse tão pessimista quanto seu amargurado protagonista. "
BEATRIZ DIOGO, do site Cinema com Rapadura:
"Michael Clayton é quase palpável. Tem uma família distante, não tem sorte com as mulheres, fracassou no negócio paralelo que tentou firmar para ganhar dinheiro e não consegue sair do lugar na firma onde trabalha. (...)
A direção estreante do até então roteirista Tony Gilroy ainda é tímida, mas tem futuro. Ainda sem muita experiência, ele começou acertando ao rodear-se com uma equipe competente. Dos atores aos profissionais que trabalham mais nos bastidores (como os diretores de fotografia e arte), a atmosfera criada torna-se essencial para uma completa emersão na história, dando um forte suporte à direção. Trabalhando com insinuações e tendo como ponto de partida que o espectador pode formar sua opinião sobre aquilo que vê, ele não se preocupa em colocar as informações todas na mesa. Algumas coisas simplesmente não precisam ser ditas – e Gilroy sabe disso."
LUIZ FERNANDO GALLEGO, do site Criticos.com.br:
"Em Conduta de Risco os personagens centrais estão em crise de identidade. Por exemplo, Karen Crowder (Tilda Swinton) está há pouco tempo no cargo de conselheira de uma grande empresa que enfrenta ações judiciais por conta de um herbicida que pode ter sido letal para humanos. O espectador a vê gravando uma entrevista para a imprensa com cenas entrecortadas de seu “ensaio” para a gravação, ainda na frente do espelho de casa quando ela balbucia, hesita, esquece o que vai dizer, engasga. Na hora da entrevista ela se mostra mais segura, com o texto bem decorado. Mas ela foi colocada no fogo e está, de certa forma, passando por um teste no sentido de defender a empresa a qualquer preço ou “fazer a coisa certa”. A empresa e seu antecessor no cargo confiam nela.
Quem desafinou no coro dos contentes e já fez a opção pela “coisa certa” foi o advogado sênior da companhia, Arthur Edens (Tom Wilkinson), portador de distúrbios de humor que podem levá-lo a quadros de excitação intensa e grande descontrole quando não toma seus remédios, um workalhoolic voraz já por conta de sua personalidade de base exaltada. Mas ele adverte seu amigo, também advogado (interpretado por George Clooney), que o que está fazendo “pode não ser só loucura”. Quando o amigo o confronta dizendo que ele é um maníaco-depressivo, Arthur rebate: “Eu sou Shiva, o deus da morte!”
O personagem principal vivido por George Clooney (que dá o título original do filme, Michael Clayton) mostra-se mais modesto inicialmente: várias vezes vai se definir como um “faxineiro”, aquele que limpa as sujeiras dos clientes do seu escritório e da empresa em questão. No entanto, quando o louco (mas não só - e nem sempre tanto) Arthur está desconfiado da lealdade de Michael, este lhe afirma que não é o inimigo de quem ele está se escondendo - e Arthur novamente se sai com uma boa frase de efeito: “Então, quem é você?”(...)"
SILVIO PILAU, do site Cineplayers:
"(...) O problema de Conduta de Risco é que resulta em um filme distante demais. Ainda que compreendamos a natureza dos personagens, é difícil se interessar por eles. O discurso de Clayton para o filho no carro, por exemplo, é emocionalmente estéril para o espectador, ainda que se perceba o quão devastador é para o personagem. Contribui para isto também a fotografia fria, abusando do tom azulado e do escuro. Assim, é possível admirar as qualidades da obra, mas é difícil que alguém saia recomendando Conduta de Risco.
O que é uma pena, pois é um filme interessantíssimo, voltado para a parcela de público que ainda teima em ir ao cinema para utilizar um pouco o cérebro. Mais do que isso, Conduta de Risco é a afirmação de um grande roteirista e diretor promissor, bem como outro passo certeiro de George Clooney em sua carreira. Clooney pode estar longe de ser o melhor ator do cinema americano, mas talvez seja o mais inteligente e corajoso. Conduta de Risco é mais uma prova disso."
Thursday, January 24, 2008
OSCAR 2008 - MELHOR MIXAGEM DE SOM
Antes que alguém pergunte: QUAL É MESMO A DIFERENÇA ENTRE MIXAGEM DE SOM E EDIÇÃO DE SOM ?, já vou respondendo: A categoria MELHOR MIXAGEM DE SOM avalia como resulta o "teor sonoro do filme", ou seja, se "mixarmos", ou misturarmos, os diálogos captados + os efeitos de sonoplastia + a trilha musical incidental + as cenas silenciosas + ruídos = MIXAGEM DE SOM. Na verdade não é suficiente esse resultado ser harmônico entre si se não for compatível com a intenção do diretor do filme. Obviamente que nesta categoria, tanto quanto na categoria EDIÇÃO DE SOM só é possível avaliar este resultado se houver um equipamento de reprodução adequado. MELHOR EDIÇÃO DE SOM refere-se principalmente à concepção sonora do filme, ou seja, é como foram encontradas soluções criativas e eficazes para dar "substância sonora" ao filme. Esta categoria valoriza muito os chamados "Efeitos Sonoros", ou seja, sons que não são captados diretamente na locação e sim produzidos artificialmente para obter os resultados desejados.
Os vencedores do Oscar de MELHOR MIXAGEM DE SOM (também chamada simplesmente de Melhor Som) dos últimos anos foram: Michael Minkler, Bob Beemer e Willie Burton (Dreamgirls, 2007); Christopher Boyes, Michael Semanick, Michael Hedges e Hammond Peek (King Kong, 2006); Michael Silvers e Randy Thom (Os Incríveis, 2005); Richard King (Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo, 2004); Michael Minkler, Dominick Tavella e David Lee (Chicago, 2003); Mike Minkler, Myron Nettinga e Chris Munro (Falcão Negro em Perigo, 2002); Scott Millan, Bob Beemer and Ken Weston (Gladiador, 2001); JohnReitz, Gregg Ridloff, David Campbell e David Lee (Matrix, 2000) ; Gary Rydstrom, Gary Summers, Andy Nelson e Ronald Judkins (O Resgate do Soldado Ryan, 1999) e Gary Rydstrom, Tom Johnson, Gary Summers e Mark Ulano (Titanic, 1998).
Os indicados ao prêmio em 2008 são:
"O Ultimato Bourne" - Scott Millan, David Parker and Kirk Francis
"Onde os Fracos Não Têm Vez" - Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff and Peter Kurland
"Ratatouille" - Randy Thom, Michael Semanick and Doc Kane
"Os Indomáveis" - Paul Massey, David Giammarco and Jim Stuebe
"Transformers" - Kevin O'Connell, Greg P. Russell and Peter J. Devlin
De todos os responsáveis pelas mixagens de som indicados em 2008, vários deles indicados ao Oscar em anos anteriores, o mais vitorioso é Scott Millan, que venceu por Ray (2005), Gladiador (2001) e Apollo 13 (1996) e foi indicado por A Estrada para a Perdição (2003), Coração Valente (1996) e A Lista de Schindler (1994). Em 2008 Millan concorre pela Mixagem de Som de O Ultimato Bourne.
Kevin O'Connell tem nada menos 20 indicações ao Oscar sem jamais ter vencido. Entre 1984 e 2006 recebeu indicações para Melhor Som por Laços de Ternura, Duna, Silverado, Top Gun, Chuva Negra, Dias de Trovão, Questão de Honra, Maré Vermelha, A Rocha, Twister, Con Air, Armageddon, A Máscara do Zorro, O Patriota, Pearl Harbor e Homem- Aranha. Entre 2005 e 2007 foi indicado na categoria que passou a se chamar Melhor Mixagem de Som por Homem- Aranha 2, Memórias de Uma Gueixa e Apocalypto. Em 2008 concorrerá por Transformers e pode ficar sem o prêmio pela vigésima vez. Greg P. Russell, um de seus parceiros, concorreu e foi derrotado "apenas" onze vezes e Peter J. Devlin somente uma vez.
Transformers - O Filme
Wednesday, January 23, 2008
OSCAR 2008 - MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
O prêmio de Direção de Arte é geralmente dividido entre o chamado desenhista de produção, que é a pessoa que concebeu a cenografia do filme, e o decorador de sets, que é o "aderecista", que efetivamente monta o ambiente cenográfico, executando o plano elaborado pelo desenhista de produção.
Nas primeiras edições do Oscar esta categoria chamava-se "Decoração de Interiores" , depois mudou para "Decoração de Sets" e obviamente foi vencido por filmes como ... E o Vento Levou (1939), Crepúsculo dos Deuses (1950), Ben-Hur (1959), Amor, Sublime Amor (1961), Cleópatra (1962), Doutor Jivago (1965), Guerra nas Estrelas (1977), Os Caçadores da Arca Perdida (1981) só para citar alguns clássicos.
Os vencedores do Oscar de MELHOR DIREÇÃO DE ARTE dos últimos anos foram: Eugenio Caballero e Pilar Revuelta (O Labirinto do Fauno, 2007); John Myhre e Gretchen Rau (Memórias de Uma Gueixa, 2006); Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo (O Aviador, 2005); Grant Major, Dan Hennah e Alan Lee (O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, 2004); John Myhre e Gordon Sim (Chicago, 2003); Catherine Martin e Brigitte Broch (Moulin Rouge, 2002); Tim Yip (O Tigre e o Dragão, 2001); Rick Heinrichs e Peter Young (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, 2000) e Martin Childs e Jill Quertier (Shakespeare Apaixonado, 1999).
Sangue Negro
Os indicados ao prêmio em 2007 são:
"O Gângster" - Arthur Max e Beth A. Rubino
"Desejo e Reparação" - Sarah Greenwood e Katie Spencer
"A Bússola de Ouro" - Dennis Gassner e Anna Pinnock
"Sweeney Todd" - Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo
"Sangue Negro" - Jack Fisk e Jim Erickson
Arthur Max já foi indicado por Gladiador (2001), Beth A. Rubino por Regras da Vida (2000), Sarah Greenwood e Katie Spencer concorreram por Orgulho e Preconceito (2006), Dennis Gassner venceu por Bugsy (1992) e concorreu por Barton Fink (1992) e Estrada para a Perdição (2003) e Anna Pinnock concorreu por Assassinato em Gosford Park (2002).
O italiano Dante Ferretti está pela nona vez disputando o Oscar. Ganhou em 2005, por O Aviador, o prêmio de Melhor Direção de Arte. Foi indicado nesta categoria por As Aventuras do Barão de Munchausen (1990), Hamlet (1991), A Época da Inocência (1994), Entrevista com o Vampiro (1995), Kundun (1998) e Gangues de Nova York (2003). Em 1998 também foi indicado na categoria Melhor Figurino por Kundun. Francesca Lo Schiavo sempre esteve ao seu lado como decoradora de sets, exceto em A Época da Inocência.
Ferretti e sua esposa e parceira Lo Schiavo no Oscar 2005 comemorando a vitória por O Aviador. Será que esta cena vai se repetir com Sweeney Todd?
Tuesday, January 22, 2008
A LISTA DOS INDICADOS
"Desejo e Reparação"
"Juno"
"Conduta de Risco"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"
"Sangue Negro"
Diretor
Julian Schnabel, "O Escafandro e a Borboleta"
Jason Reitman, "Juno"
Tony Gilroy, "Conduta de Risco"
Joel e Ethan Coen, "Onde os Fracos Não Têm Vez",
Paul Thomas Anderson, "Sangue Negro"
Jason Reitman é a primeira grande surpresa da lista. O diretor de Juno, filho de Ivan Reitman (de Ghostbusters e Irmãos Gêmeos, entre outros), não havia sido indicado para nehnum prêmio importante até então - nem Globo de Ouro, nem o prêmio do sindicato, nenhuma Associação de Críticos, nada. E eis que o canadense que tornou-se conhecido por Obrigado por Fumar (2006) surge entre os cinco finalistas do Oscar. Aqui a briga promete ser boa, entre os Irmãos Coen, Julian Schnabel e Paul Thomas Anderson, principalmemte.
Ator
George Clooney, "Conduta de Risco"
Daniel Day Lewis, "Sangue Negro"
Johnny Depp, "Sweeney Todd"
Tommy Lee Jones, "No Vale das Sombras"
Viggo Mortensen, "Senhores do Crime"
Tommy Lee Jones concorre pela primeira vez na categoria Melhor Ator - ele já ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante em 1994, por O Fugitivo e foi indicado também nesta categoria em 1992 por JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar. No filme No Vale das Sombras (in The Valley of Elah, ele interpreta o ex-militar Hank Deerfield, pai de Mike, um jovem desaparecido e considerado foragido do exército depois de servir no Iraque. Hank irá investigar a verdade sobre o sumiço de seu filho.
Na categoria Melhor Ator, Daniel Day-Lewis continua o favorito.
Atriz
Cate Blanchett, "Elizabeth: A Era de Ouro"
Julie Christie, "Longe Dela"
Marion Cotillard, "Piaf - Um Hino ao Amor"
Laura Linney, "The Savages"
Ellen Page, "Juno"
Laura Linney concorre pela terceira vez ao Oscar - em 2001 foi indicada como Melhor Atriz por You can Count On Me e em 2005 como Melhor Atriz Coadjuvante por Kinsey. Em The Savages ela interpreta Wendy Savage, que precisa se unir a seu irmão John (Philip Seymour Hoffman) para cuidar do pai doente (Philip Bosco).
A favorita aqui é Julie Christie.
Ator coadjuvante
Casey Affleck, "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford"
Javier Bardem, "Onde os Fracos Não Têm Vez"
Phillip Seymour Hoffman, "Jogos do Poder"
Hal Halbrook, "Na Natureza Selvagem"
Tom Wilkinson, "Conduta de Risco"
Atriz coadjuvante
Cate Blanchett, "Não Estou Lá"
Ruby Dee, "O Gângster"
Saoirse Ronan, "Desejo e Reparação"
Amy Ryan, "Medo da Verdade"
Tilda Swinton, "Conduta de Risco"
Filme estrangeiro
"Beaufort" (Israel)
"The Counterfeiters" (Áustria)
"Katyn" (Polônia)
"Mongol" (Cazaquistão)
"12" (Rússia)
Filme de animação
"Persépolis"
"Ratatouille"
"Tá Dando Onda"
Roteiro original
Diablo Cody, "Juno"
Nancy Oliver, "Lars and the Real Girl"
Tony Gilroy, "Conduta de Risco"
Brad Bird, "Ratatouille"
Tamara Jenkins, "The Savages"
Roteiro adaptado
Christopher Hampton, "Desejo e Reparação"
Sarah Polley, "Longe Dela"
Ronald Harwood, "O Escafandro e a Borboleta"
Joel e Ethan Coen, "Onde os Fracos Não Têm Vez"
Paul Thomas Anderson, "Sangue Negro"
Fotografia
"O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford"
"Desejo e Reparação"
"O Escafandro e a Borboleta"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"
"Sangue Negro"
Montagem
"O Ultimato Bourne"
"O Escafandro e a Borboleta"
"Na Natureza Selvagem"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"
"Sangue Negro"
Com oito indicações cada e seis "confrontos diretos" nas categorias Melhor Filme, Direção, Fotografia, Montagem, Roteiro Adaptado e Edição de Som, Sangue Negro (There Will Be Blood), de Paul Thomas Anderson e Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country For Old Men), de Ethan e Joel Coen, são os grandes oponentes do Oscar 2008.
Que vença o melhor.
Direção de arte
"O Gângster"
"Desejo e Reparação"
"A Bússola de Ouro"
"Sweeney Todd"
"Sangue Negro"
Figurino
"Across the Universe"
"Desejo e Reparação"
"Elizabeth: A Era de Ouro"
"Piaf - Um Hino ao Amor"
"Sweeney Todd"
Maquiagem
"Piaf - Um Hino ao Amor"
"Norbit"
"Piratas do Caribe: No Fim do Mundo"
Edição de som
"O Ultimato Bourne"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"
"Ratatouille"
"Sangue Negro"
"Transformers"
Mixagem de som
"O Ultimato Bourne"
"Onde os Fracos Não Têm Vez"
"Ratatouille"
"Os Indomáveis"
"Transformers"
Efeitos visuais
"A Bússola de Ouro"
"Piratas do Caribe: No Fim do Mundo"
"Transformers"
Documentário
"No End in Sight"
"Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience"
"SOS Saúde"
"Taxi to the Dark Side
"War/Dance"
Documentário de curta-metragem
"Freeheld"
"La Corona (The Crown)"
"Salim Baba"
"Sari's Mother"
Trilha sonora original
"Desejo e Reparação"
"O Caçador de Pipas"
"Ratatouille"
"Os Indomáveis"
"Conduta de Risco"
Um dia antes de anunciar os 5 indicados a Academia desclassificou as trilhas sonoras de Sangue Negro (There Will Be Blood), Encantada (Enchanted) e Na Natureza Selvagem (Into The Wild).
Para justificar a decisão, a Academia citou a regra de número 16 em seu regulamento sobre a elegibilidade de obras na categoria Trilha Sonora – e que exclui filmes cujas trilhas “sejam diluídas pelo uso de temas e música pré-existentes”.
O problema é que Sangue Negro, que até então era a favorita nesta categoria, inclui trechos de obras de Arvo Pärt e de outras composições já em domínio público, como um concerto de Brahms – além de outros 15 minutos de músicas criadas por Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead) para uma produção da BBC em 2005. Ao todo, Sangue Negro traria, portanto, apenas 35 minutos de música original em contraste a mais de uma hora de composições pré-existentes.
Já as trilhas de Encantada e Na Natureza Selvagem foram desclassificadas por conter mais canções que música instrumental.
Canção original
"Falling Slowly" ("Once")
"Happy Working Song" ("Encantada")
"Raise It Up" ("August Rush")
"So Close" ("Encantada")
"That's How You Know" ("Encantada")
Curta-metragem
"At Night"
"Il Suplente" (The Substitute)
"Le Mozart des Pickpockets" (The Mozart of Pickpockets)
"Tanghi Argentini"
"The Tonto Woman"
Curta-metragem de animação
"I Met the Walrus"
"Madame Tutli-Putli"
"Même les Pigeons vont au Paradis" (Even the Pigeons Go to Heaven)
"My Love" (Moya Lyubov)
"Peter & The Wolf"